O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou minimizar o impacto da nova alta da Taxa Selic ao alegar que a decisão do Banco Central já estava prevista desde o ano passado. No entanto, a declaração do ministro ignora os fatores que levaram ao aumento dos juros: a escalada da inflação, a falta de credibilidade fiscal e o ambiente de incerteza econômica criado pelo próprio governo Lula.
Desde que assumiu, Haddad tem insistido em pressionar o Banco Central para reduzir os juros, mas sem apresentar um plano fiscal sólido que garanta a confiança do mercado. O Copom, ao justificar o aumento da Selic para 14,25% ao ano, deixou claro que a medida foi necessária devido à alta dos preços de alimentos e energia, além das incertezas sobre a condução da política econômica.
Mesmo dentro do próprio Governo, a decisão provocou críticas. O deputado petista Lindbergh Farias classificou a política monetária como um “equívoco” e reclamou do impacto da Selic sobre os gastos com a dívida pública. No entanto, ele e Haddad ignoram o fato de que juros altos são uma resposta à desordem fiscal, não uma causa dela.
A tentativa de transferir a responsabilidade para o Banco Central, agora sob comando de Gabriel Galípolo, não esconde o principal problema: a falta de uma política econômica responsável. Enquanto o governo insistir em aumentar gastos sem garantir equilíbrio nas contas públicas, o país seguirá refém de juros elevados e de um crescimento econômico cada vez mais comprometido.