O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que foi intimado pela Polícia Federal (PF) por ter feito crítica ao delegado Fabio Alvarez Shor, responsável pela investigação de boa parte dos inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, políticos e militantes da direita.
“Na semana em que a OEA vem ao Brasil especificamente tratar de violações à liberdade de expressão, este parlamentar é intimado pela PF. O crime? Discursar na Tribuna da Câmara criticando o delegado que faz tudo que Alexandre de Moraes manda”, disse o deputado em uma publicação no X, nesta segunda-feira (10).
Desde o último domingo (9), o Brasil está recebendo a visita oficial e inédita de membros da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão (RELE) da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que, a convite do governo brasileiro, devem avaliar a situação da liberdade de expressão no país. A CIDH é um órgão ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA).
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Eduardo Bolsonaro, que é escrivão licenciado da Polícia Federal, também disse que a instituição está usando a estrutura do Estado para persegui-lo administrativamente.
“Uma pessoa sem valores pode virar um criminoso. Um criminoso investido de poder estatal pode virar um cachorrinho. A cada degrau de poder que uma pessoa inescrupulosa sobe, mais reprovável é sua conduta criminosa. Eu respeito mais um ladrão comum do que um burocrata covarde”, disse o parlamentar em outra publicação.
“Um PM eleito deputado federal não pode criticar a PM? Um professor eleito deputado federal não pode criticar a escola? A isso que querem chamar de democracia? Ou será que é mais apropriado Xandequistão, onde seus cachorrinhos têm mais poder que um deputado?”, completou.
Na semana passada, o delegado Fabio Alvarez Shor foi promovido a chefe da Divisão de Investigações e Operações de Contrainteligência da Polícia Federal. A Divisão integra a Diretoria de Inteligência Policial (DIP) da PF.