BRASÍLIA – No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa comemorado hoje, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) levou ao plenário relatório da Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) mostrando um cenário grave de perseguição, tortura, assassinato, prisões e mordaça a profissionais da informação tendo o Estado como algoz em regimes ditatoriais, do Peru ao Irã, do Sudão ao Afeganistão, mas também em regimes democráticos no qual inseriu o Brasil, no caso da censura a plataformas digitais. Para o senador o cerco digital é uma novidade, mas o principal perigo continua sendo a ação do Estado.
Plínio lamentou os dados do relatório indicando que governos estão tomando medidas drásticas para acabar com a liberdade de expressão e impedir o direito do público à informação, com restrições à Internet, intimidação de jornalistas, controle de conteúdo da mídia e introdução de leis drásticas de mídia e outras leis para conter o livre fluxo de informações. Segundo o relatório do IFJ 68 jornalistas perderam a vida em 2022 e poucos casos foram investigados, e ao menos 375 profissionais da mídia foram para atrás das grades no ano passado.
Atualmente o Congresso brasileiro tenta barrar um projeto de lei que , se aprovado, irá amordaçar ainda mais a liberdade não só da mídia digital, mas também do cidadão comum .
” Precisamos nos preocupar também com o que acontece em regimes vistos como democráticos que adotam medidas concretas para torpedear a liberdade de Imprensa, em geral por meio da conhecida censura, ainda que sob formas inéditas. Nestes dias de inovação tecnológica, em especial nas ditas ”novas mídias”, a vigilância digital e o uso generalizado de software de espionagem para evitar reportagens críticas colocam jornalistas sob uma série de riscos. Pior, o próprio Estado passou a utilizar novas armas contra jornais e jornalistas, a partir desse controle eletrônico. Bem familiar isso. Assistimos a tudo isso aqui mesmo, no Brasil”, alertou Plínio.