BRASÍLIA – Nesta terça-feira (27), a CPI das ONGs tem uma reunião marcada às 11h para análise de 18 requerimentos e oitiva de três representantes de comunidades indígenas com críticas às interferências de entidades na região. Os senadores membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) vão ouvir Alberto Brazão Góes, indígena ianomâmi; Adriel Kokama, líder indígena da região do Médio Solimões; e Valdecir Fontes, estudante de geologia e membro da comunidade Baniwa Castelo Branco, em São Gabriel da Cachoeira.
“Os depoimentos de todos eles serão muito importantes. Teremos a oportunidade de ouvi-los para saber os detalhes sobre como a atividade dessas organizações são prejudiciais às comunidades indígenas. Elas agem impedindo o progresso e falam em nome das lideranças indígenas, tutelando os povos indígenas, prejudicando o crescimento econômico e impedindo a liberdade nas comunidades. Os povos indígenas querem ser protagonistas de suas próprias histórias e não precisam de interferências externas”, destaca o senador Plínio Valério (PSDB-AM), presidente da CPI das ONGs.
Alberto Brazão Góes tem se expressado por meio de depoimentos e entrevistas, inclusive participando de uma audiência no Senado Federal. Ele acusou algumas ONGs de não cuidarem dos Yanomami como afirmam, revelando o tratamento inadequado que essas organizações dispensam às comunidades indígenas da Amazônia. “Chega de ONGs dizendo como devemos viver”, enfatizou Alberto, ao cobrar mais educação indígena e políticas públicas.
Adriel Kokama é líder indígena da região do Médio Solimões, no Amazonas, uma área em que se têm registrado sucessivos incidentes com nações indígenas. Há anos, ele vem denunciando entidades variadas, inclusive ONGs, que atuam suspeitamente na região.
Valdecir Fontes, da Comunidade Baniwa Castelo Branco, é um dos representantes da comunidade que enviaram uma carta ao senador Plínio Valério, expressando críticas à atuação de ONGs na região do Alto Rio Negro, no Amazonas. Eles reclamam que os recursos nunca chegam para beneficiar as comunidades locais e lamentam os “cadeados” impostos por essas organizações, que impedem seu progresso. Há anos, eles têm lutado pela criação de uma cooperativa onde possam vender seus produtos, cultivar, colher e gerar renda.
Requerimentos
Outros requerimentos estão na pauta para convidar lideranças indígenas, além de requerimentos do relator Márcio Bittar (União-AC) com pedidos de informação aos governadores dos estados da Região Norte sobre contratos, termos de cooperação, termos de parceria e instrumentos congêneres firmados entre o estado e organizações não governamentais e organizações da sociedade civil de interesse público em temas de meio ambiente, mudanças do clima e populações indígenas. Os pedidos se estendem às capitais dos estados da região.
Um requerimento do presidente da CPI, Plínio Valério, solicita informações ao Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (Icmbio) sobre as instituições responsáveis pelos estudos técnico-científicos que definiram a criação de unidades de conservação de 16 unidades de conservação.
Há também na pauta um requerimento do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) que solicita a realização de uma audiência pública em Altamira e Santarém com o objetivo de debater a atuação das ONGs na região, o desvirtuamento dos seus objetivos, e a atuação contra interesses nacionais, com intromissão em funções do estado.
🔹Assessoria de Imprensa do senador Plínio Valério (PSDB-AM)🔹