BRASÍLIA – Em mais uma pauta em defesa da saúde da mulher, o deputado federal Capitão Alberto Neto, apresentou Requerimento cobrando do Ministério da Saúde informações sobre a Consulta Pública nº 144 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) referente a idade mínima para realização de mamografia.
Pela Consulta Pública o exame, que faz o rastreamento do câncer de mama, passaria a ser a partir de 50 anos de forma bienal. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) destaca que a proposta dificulta ainda mais o rastreamento do câncer de mama no País, visto que mulheres com idades entre 40 e 50 anos respondem por 40% dos casos de câncer de mama no Brasil.
“Esse governo quer mudar a idade do início do rastreamento do câncer de mama para os 50 anos, que hoje nós fazemos aos 40 anos. Para se ter ideia da gravidade disso, dos 40 aos 50 anos nos temos mais de 40% dos casos de câncer de mana no nosso país, e isso pode afetar milhares de mulheres porque quanto mais cedo ela descobre que tem o câncer de mama mais chance ela tem da sua cura”, disse.
O parlamentar lembrou que existem evidências significativas, defendidas por sociedades médicas e organizações da sociedade civil, que o rastreio deve ser feito anualmente a partir dos 40 anos. Cerca de 40% dos diagnósticos acontecem em mulheres brasileiras abaixo dos 50 anos e 22% das mortes acontecem neste grupo. Além disso, o rastreio a partir dos 40 pode aumentar em 25% a chance de sobrevida dessas mulheres em 10 anos.
“A ANS lança uma Consulta Pública nº 144, querendo fazer essa mudança tão prejudicial, mudar dos 40 para os 50 anos a idade para que as mulheres possam iniciar os exames de mamografia para rastrear o câncer de mama. A comunidade de mastologia está totalmente abismada com essa Consulta Pública e já se posicionou contrária a isso”, explicou.
Diante das estatísticas nacionais, o parlamentar questionou quais estudos e evidências científicas embasam a decisão de incluir o rastreamento mamográfico apenas aos 50 anos, se a ANS considerou as diretrizes de outros países ou organizações internacionais que recomendam o início do rastreamento aos 40 anos, e como a Agência pretende garantir que mulheres entre 40 e 49 anos, que desejam realizar a mamografia, tenham acesso ao exame?
Outro ponto destacado pelo parlamentar, é que o texto da consulta pública gera dúvidas e um amplo debate público pelo fato de que a Agência oferecer um serviço a partir de uma diretriz da ANS e a proposta da Consulta tem base em outras diretrizes do INCA, e que isso pode criar confusão e afetar o acesso das mulheres a exames anuais. Além disso profissionais da saúde podem se confundir quanto à frequência recomendada, o que pode impactar diretamente na saúde das pacientes.
“Você pode nos ajudar para que essa mudança não se realize. Vamos fazer uma pressão nesse governo, na Agência Nacional de Saúde, no Ministério da Saúde, em todas as lideranças para que essa mudança não aconteça e que a gente continue rastreando o câncer de mama a partir dos 40 anos, é assim que mandam as boas práticas no mundo inteiro, conto com vocês”, solicitou da população, o deputado Capitão Alberto Neto.