Pedro Rodrigues Filho ou como era conhecido “Pedrinho Matador” (68 anos), foi assassinado na manhã deste domingo (05) em uma rua do no Bairro Ponte Grande, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.
Segundo a Polícia Militar, por volta das 10h deste domingo, dois homens passaram atirando de dentro de um carro, na Rua José Rodrigues da Costa. O carro utilizado no crime foi abandonado, na Estrada da Cruz do Século e os ocupantes mudaram de carro. Ninguém foi preso até o momento.
Oficialmente Pedrinho Matador foi condenado a mais de 400 anos de prisão por matar 71 pessoas. No entanto, ele alegou ter matado mais de 100. O maior serial killer brasileiro fazia questão de “ostentar” sua fama. Como no Brasil a pena máxima de cadeia é de 30 anos, Pedrinho estava em liberdade desde 2018, após ficar preso por 42 anos.
“O crime não é brincadeira. Muitos estão entrando por verem os ganhos, fama e dinheiro, não a raiz, prisão e morte. É como o diabo: dá com uma mão e tira com a outra. Tem muitos jovens que entram e, quando querem sair, já é tarde demais”, disse Pedrinho à Folha de S.Paulo em 2018
Quem foi Paulinho Matador
Aos nove anos fugiu de casa e chegou a viver por um tempo com seus padrinhos em Santa Rita do Sapucaí, quando fugiu outra vez para São Paulo. Na capital paulista passou a cometer roubos no Centro e na Zona Leste da cidade. Quando completou onze anos, assassinou o traficante de Itaquera Jorge Galvão, o irmão e o cunhado deste.
Antes mesmo de completar 18 anos, Pedrinho matou diversas pessoas. Em entrevista à revista Época, declarou que
“teve vontade de matar pela primeira vez aos 13 anos. Numa briga com um primo mais velho, empurrou o rapaz para uma prensa de moer cana. Ele não morreu por pouco”.
Aos 14 anos, matou o vice-prefeito de Alfenas, Minas Gerais, com uma espingarda que pertencia ao seu avô, em frente à prefeitura da cidade, por ter demitido seu pai, um guarda escolar, na época acusado de roubar merenda. Depois matou um vigia, que supunha ser o verdadeiro ladrão.
Após os crimes em Alfenas, Pedrinho fugiu para Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, onde começou a roubar bocas-de-fumo e matar traficantes. Conheceu a viúva de um líder do tráfico, apelidada de Botinha, e foram viver juntos. Assumiu as tarefas do falecido e logo foi “obrigado” a eliminar alguns rivais, matando três deles. Morou em Mogi até Botinha ser executada pela polícia. Pedrinho escapou dos policiais, mas não deixou a venda de drogas e acabou montando o próprio negócio.
Envolveu-se depois com Maria Aparecida Olímpia, por quem se dizia apaixonado, e que chegou a engravidar, mas perdeu o bebê. Ele a encontrou morta a tiros, tendo depois torturado e matado várias pessoas para saber quem havia cometido o crime. Quando soube de quem se tratava, um traficante rival, invadiu uma festa de casamento com quatro amigos e matou, além do assassino de Maria, outras seis pessoas, além de deixar 16 feridas. Na época, ele ainda não havia chegado à maioridade.
Pedrinho foi preso em 1973, com 18 anos, após ser condenado a 128 anos de prisão. Acredita-se que tenha assassinado 48 pessoas na prisão, incluindo o próprio pai. “Já matou na rua, no refeitório, na cela, no pátio e até no ‘bonde’ – o camburão, na linguagem dos bandidos”, escreveu a revista Época.
Eram “pessoas que não prestavam”, disse, referindo-se a estupradores e traidores. Numa prisão de Araraquara degolou com uma faca sem fio o homem acusado do assassinato de sua irmã. “Era meu amigo, mas eu tive de matar”, disse. Em seu braço esquerdo, traz tatuada a frase “mato por prazer”.
Homicídio do pai
Aos vinte anos, Pedrinho executou o próprio pai na cadeia onde ambos cumpriam pena depois de ficar sabendo que este havia matado sua mãe com 21 golpes de facão. “Ele deu 21 facadas na minha mãe, então dei 22″, disse numa entrevista para o jornalista Marcelo Rezende em um programa da TV Record. “O povo diz que comi o coração dele. Não, eu simplesmente cortei, porque era uma vingança, não é? Cortei e joguei fora. Tirei um pedaço, mastiguei e joguei fora”, explicou ainda.
Ele também explicou durante a entrevista que tinha um revólver preso à cintura, mas que usou a peixeira. Perguntado por Marcelo como havia conseguido o revólver, disse que havia prendido um policial numa cela e lhe tirado a arma.