Perda de apetite e de peso, vômito, diarreia, distensão e dor abdominal são sinais clínicos comuns de diversas patologias, incluindo verminoses, doenças causadas por vermes e parasitas que se alojam no organismo. Embora pareçam inofensivas (afinal qual animal não foi contaminado por vermes ao longo da vida?), elas podem causar graves consequências à saúde dos pets.
“A infestação por vermes prejudica a saúde do animal progressivamente, podendo causar fraqueza, anemia, inflamação do sistema gastrointestinal e, até mesmo, o óbito”, explica a médica-veterinária e consultora da rede de farmácias de manipulação veterinária, Dra. Farah de Andrade. O alerta também vale para a saúde humana: verminoses são consideradas zoonoses, ou seja, podem ser transmitidas às pessoas por meio do manuseio do pet ou por este ser hospedeiro de parasitas transmitidos por picadas de mosquitos.
São muitos os tipos de vermes. Os Ancilostomídeos se prendem à parede do intestino delgado e se alimentam de sangue. As Ascaridíases são os maiores vermes redondos e podem causar obstrução intestinal, além dos sinais clínicos mais comuns. Trichurídeos se prendem à parede do intestino grosso e se alimentam de bactérias. Já as populares Taenia solium e Taenia saginata se alojam no intestino delgado e ingerem restos de comida. Os Dipilídeos são vermes planos que se alimentam de sangue e são transmitidos por pulgas, que infectam o pet quando ele as ingere acidentalmente ao se lamber, por exemplo, ficando alojadas no intestino delgado. Toxocara canis e Toxocara cati são vermes de forma cilíndrica e comprida, com cerca de 15 centímetros de tamanho, perceptíveis quando o pet defeca ou vomita.
Entre as verminoses mais graves, está a giardíase, causada por um protozoário microscópico muito comum, presente em fezes, alimentos ou água contaminada, que gera grande dor abdominal e diarreia fétida. A dirofilariose, também conhecida como verme do coração, é transmitida por mosquitos infectados de várias espécies, que depositam o parasita na corrente sanguínea dos animais, o qual se aloja nos pulmões e no coração, principalmente, causando graves complicações e levando o animal a óbito, se não tratado precocemente.
Como prevenir e tratar as verminoses em cães e gatos
Os cuidados começam com a higiene do ambiente: retirar as fezes dos cães todos os dias e manter as caixas de areia dos gatos limpas, evitará a proliferação de vermes e protozoários. A ingestão de carne crua ou alimentos mal lavados pode ser um risco se os devidos cuidados não forem tomados. Se o animal faz uso de alimentação natural, é essencial seguir as orientações do médico-veterinário à risca. Da mesma forma, a conservação da ração seca ou úmida deve seguir os critérios do fabricante e do veterinário. Nada de deixar ração exposta ou em áreas que possam ser acessadas por roedores. Pets com alimentação de qualidade são menos impelidos a caçar, reduzindo assim o contato com répteis e aves, que também podem transmitir parasitas.
O uso de antipulgas regularmente é importante para evitar desconfortos, alergias e vermes. Repelentes auxiliarão no combate a pulgas, carrapatos e mosquitos. Já o protocolo de vermifugação deve ser seguido conforme orientação do médico-veterinário. Aos pets filhotes, geralmente é indicada a vermifugação de modo frequente, tendo em vista a alta probabilidade de contaminação durante a gestação e o aleitamento. Para as demais faixas etárias, o médico-veterinário irá avaliar o quadro clínico, hábitos, ambiente em que vive e estilo de vida para indicar exames diagnósticos e vermifugação.
Administrar o vermífugo para o pet nem sempre é fácil e pode comprometer os resultados, caso o bichinho não faça a ingestão correta do remédio. A manipulação de vermífugos veterinários com sabores e formas farmacêuticas diferenciadas é uma alternativa para tornar o tratamento mais agradável e prazeroso para o pet. “Um medicamento em forma de molho sabor frango, pasta oral sabor salmão ou biscoito sabor beijinho por exemplo, estimula o pet e evita que ele cuspa o medicamento”, comenta Dra. Farah.