Vinte caminhões com ajuda humanitária começaram a entrar na Faixa de Gaza na manhã deste sábado (21/10) em Rafah, na fronteira com Egito.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que está trabalhando junto com o governo do Egito e com o Crescente Vermelho na Palestina para garantir que remédios e mantimentos cheguem aos hospitais em Gaza.
Mais veículos que transportam os mantimentos estão viajando em direção a Rafah. Apenas 20 caminhões de ajuda humanitária foram autorizados por Israel a entrar em Gaza – enquanto outros seguem parados no lado egípcio da fronteira.
A OMS afirma que os suprimentos dos veículos que se aproximam da travessia incluem:
- “Medicamentos e suprimentos para traumas para 1.200 pessoas”
- “Kits portáteis para atendimento de até 235 pessoas feridas”
- “Medicamentos e tratamentos para doenças crônicas para 1,5 mil pessoas e medicamentos básicos essenciais e produtos de saúde para 300 mil pessoas durante três meses”
Segundo a OMS, “os suprimentos são uma tábua de salvação para pessoas gravemente feridas ou que lutam contra doenças crônicas, que suportaram duas semanas angustiantes de acesso limitado a cuidados e grave escassez de medicamentos e suprimentos médicos”.
Os caminhões começaram a entrar em Gaza por volta das 4h30 no horário de Brasília neste sábado. Há relatos de comemorações das pessoas que estão na fronteira entre Gaza e Egito.
O correspondente da BBC em Gaza, Rushdi Abu Alouf, disse que a ajuda humanitária – que inclui remédios e alimentos, mas não combustível – está sendo transferida para caminhões palestinos menores para serem distribuídos pela Faixa de Gaza.
O repórter da BBC contou 20 caminhões que entraram em Gaza até agora. Esse é o número que Israel disse que permitiria.
Um deles estava carregado com caixões. Outros carregavam remédios e combustível.
Uma agência da ONU disse que o comboio de ajuda humanitária ainda é apenas uma “gota no oceano” diante da quantidade necessária em Gaza.
Juliette Touma, da Agência de Assistência e Obras para Refugiados da Palestina no Oriente Médio, diz que é necessário haver um fluxo sustentável de ajuda humanitária.
“O que os civis em Gaza realmente precisam é de acesso humanitário sustentável e contínuo, especialmente combustível para as estações de água”, disse.
Israel concordou em permitir que 20 caminhões entrem em Gaza através da passagem de Rafah, desde que sem combustível na sua carga.
Mas Touma alega que o combustível é essencial para alimentar as bombas de água.
“A água está acabando em Gaza. Em alguns lugares já acabou completamente.”
Nas duas semanas desde que o grupo terrorista Hamas lançou seu ataque a Israel, matando mais de 1,400 pessoas, autoridades palestinas dizem que mais de 4 mil morreram em Gaza.
Neste sábado, líderes dos países árabes e europeus estão reunidos no Egito para discutir a crise. Mas há poucas expectativas de alguma solução para o conflito, já que importantes atores como Israel e Irã não estão com delegações no encontro.
Na sexta-feira, o grupo terrorista Hamas libertou duas reféns — as primeiras desde que o conflito começou. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel está tentando libertar mais reféns, mas que suas forças seguirão “lutando até a vitória”. Israel continuou os bombardeios de Gaza durante a noite.
*Com informações da BBC News Brasil