Após 19 dias dentro da floresta amazônica, pesquisadores do Instituto Mamirauá capturaram a primeira onça-pintada de 2023 para o estudo do movimento da espécie na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. O felino foi capturado em uma armadilha montada pela equipe, por volta das 14 horas, do dia 13 de março. Lula, como foi apelidada, é macho, pesa 61 quilos e tem aproximadamente seis anos de idade, de acordo com a pesquisadora Louise Maranhão, doutora em Medicina Veterinária e líder da equipe de captura.
O lugar onde o animal foi capturado faz parte de uma trilha longa da pousada Uakari , e é onde mais ocorreram capturas de onças nos últimos anos. Uma das características únicas do felino encontrado, é uma cicatriz antiga e grande na cabeça que, segundo os pesquisadores, provavelmente advém de algum encontro com outro animal da espécie.
Logo após a captura, foram realizados exames para avaliar a saúde do felino e foi instalado o colar GPS em seu pescoço. “Agora é acompanhar os dados, calcular sua área de vida, examinar os possíveis patógenos que ele possa apresentar e entender sua dinâmica na área de várzea da Reserva Mamirauá”, explica o pesquisador Marcos Brito, Mestre em Ciência Biológicas, responsável pela análise dos dados do movimento das onças, e que compõe a equipe juntamente os pesquisadores Louise e Miguel Monteiro e os colaboradores Lázaro dos Santos e Helson Martins.
Mesmo com a onça sob monitoramento, a equipe continuará em campo até o final de março para tentar capturar mais animais. “A expectativa esse ano é que sejam capturadas pelo menos cinco indivíduos da espécie, para que possamos responder algumas das várias perguntas ecológicas que ainda são um mistério, como, por exemplo, como as onças interagem. Mas para isso precisamos de várias delas sendo monitoradas ao mesmo tempo. Por isso continuamos otimistas. Mas já é muito bom saber que tanto esforço e dedicação tem dado certo”, pontua Brito.