Onze (11) sacerdotes jesuítas decidiram que permanecem na Nicarágua apesar da ordem de expulsão dos padres e do confisco de seus bens emitida na semana passada pela ditadura de Daniel Ortega. Eles desejam continuar o trabalho da ordem religiosa, mesmo enfrentando elevados riscos de expulsão ou detenção.
O Padre José Maria Tojeira, SJ, porta-voz da Província Centro-Americana da Companhia de Jesus em El Salvador, declarou:
“Dada a ausência praticamente total do Estado de direito na Nicarágua, tudo pode acontecer, mas os jesuítas continuam no seu trabalho no meio destas dificuldades.”
Segundo o Padre Tojeira, a ditadura de Daniel Ortega já confiscou: a residência jesuíta perto da Universidade Centro-Americana (UCA);a residência de estudantes bolsistas da UCA. Ele informou que outras três entidades jesuítas registradas no governo da Nicarágua permanecem ativas, mas correm risco: duas escolas e o centro Fe y Alegría, uma iniciativa jesuíta de educação para os alunos do ensino primário.
O porta-voz parece confiante de que a presença jesuíta no país será mantida aconteça o que acontecer:
“Continuaremos a trabalhar por uma verdadeira democracia – participativa, inclusiva, que defenda os direitos humanos, que ajude a escapar da pobreza e da injustiça.
Estamos estudando possíveis reclamações perante organizações internacionais, as Nações Unidas e a Organização dos Estados Americanos, que zelam pelos direitos humanos, dada a impossibilidade de fazer reivindicações ou demandas legais dentro da Nicarágua”, afirmou o padre Tojeira.