- Quais são as principais expectativas para a política econômica de Donald Trump neste novo mandato? Ele deve repetir as políticas protecionistas do passado?
Corte de impostos para empresas e indivíduos, redução das regulamentações governamentais, política de tarifas e acordos comerciais, foco na expansão da produção de energia doméstica, investimentos em Infraestrutura, reforma do Sistema de Saúde e enfoque em empregos e crescimento econômico, muito parecido com as políticas executadas no mandato passado.
- Qual é o impacto esperado das políticas fiscais e tributárias de Trump no crescimento econômico dos Estados Unidos?
Incentivo ao consumo, tanto das empresas quanto das famílias, incentivo a investimento e incentivos à inovação, proporcionando um aumento do crescimento econômico no curto prazo. Entretanto, pode-se criar pressões fiscais no longo prazo, com uma possível elevação do déficit fiscal.
- Como os mercados financeiros estão reagindo à posse de Trump? Há maior volatilidade ou otimismo?
Os mercados financeiros têm reagido com muita volatilidade, onde os emergentes, como o Brasil, têm sofrido bastante com um dólar mais forte e possíveis políticas mais regulatórias. A economia americana, apesar de todo o otimismo, passa por um ano de queda até o presente momento.
- Em que medida as políticas de Trump podem influenciar o dólar, os mercados emergentes e os fluxos de capital internacionais?
Com um dólar mais forte, economias emergentes tendem a sentir sua moeda bem mais fraca, além de proporcionar uma certa fuga de capital dos países emergentes em direção à economia americana. Estamos vivendo isso na pele aqui no Brasil.
- Quais as perspectivas para as relações dos EUA com o Brasil durante o governo Trump?
A relação entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva será marcada por diferenças ideológicas significativas, especialmente em áreas como meio ambiente, comércio internacional e política externa. No entanto, ambos os líderes têm uma postura pragmática em suas agendas econômicas, o que pode resultar em uma cooperação pragmática em áreas específicas, como comércio, segurança regional e investimentos.
- O que esperar da relação de Trump com o Federal Reserve neste mandato? Poderemos ver pressão mais intensa para ajustes na política monetária?
A relação entre Donald Trump e o Federal Reserve será, provavelmente, caracterizada por tensões sobre política monetária, principalmente se o FED tomar decisões que não se alinhem com os interesses de crescimento econômico de Trump. O presidente pode pressionar por uma política monetária mais flexível, com taxas de juros mais baixas para estimular a economia, enquanto o FED, por sua vez, pode precisar agir com cautela em resposta a questões fiscais e inflacionárias.
- Que tipo de oportunidade ou desafio o governo Trump pode trazer para o comércio com a América Latina?
O governo de Donald Trump pode oferecer oportunidades de fortalecimento do comércio bilateral, principalmente em áreas como energia, infraestruturas e exportações agrícolas, com ênfase em acordos comerciais personalizados e incentivos a investimentos. No entanto, a postura protecionista e as restrições comerciais podem representar desafios, assim como a continuidade da política de imigração e a concorrência comercial com a China.
- Como o Brasil pode se posicionar estrategicamente em relação aos EUA, considerando os interesses da nova administração?
O Brasil pode se posicionar estrategicamente em relação aos EUA no novo mandato de Donald Trump adotando uma abordagem pragmática, aproveitando oportunidades econômicas e comerciais, como no setor de energia, agricultura e infraestrutura, ao mesmo tempo em que tenta minimizar os desafios, como as questões ambientais e de imigração.
- Como os investidores globais podem ajustar suas estratégias para se protegerem ou se beneficiarem de possíveis mudanças econômicas no governo Trump?
Os investidores globais devem estar preparados para ajustar suas estratégias diante de um governo de Donald Trump, com foco em monitorar políticas comerciais e fiscais, proteger-se contra volatilidades econômicas e explorar oportunidades em setores-chave, como energia, infraestrutura e tecnologia. A diversificação de portfólio, o uso de ativos refúgio e o monitoramento de mudanças nas taxas de juros serão essenciais para maximizar os ganhos e minimizar os riscos associados ao potencial impacto das políticas de Trump.
- Como a possibilidade de Trump recorrer à força para tomar o Canal do Panamá e a Groenlândia pode ser interpretada no cenário geopolítico atual?
Pode ser interpretada como ruim, afetando suas relações diplomáticas, alianças militares, e a credibilidade internacional. Além disso, um movimento desse tipo poderia desestabilizar a economia global, afetando gravemente o comércio internacional, a segurança regional e o equilíbrio de poder global. A resposta internacional seria uma forte rejeição diplomática e sanções econômicas, além de uma pressão crescente sobre a administração dos EUA para recuar dessa postura agressiva.
- Por que o Canal do Panamá e a Groenlândia são considerados ativos estratégicos tão importantes para os Estados Unidos?
O Canal do Panamá e a Groenlândia são considerados ativos estratégicos vitais para os Estados Unidos devido à sua importância geopolítica, econômica e militar. Ambos representam rotas comerciais cruciais, acesso a recursos naturais e posições estratégicas que impactam a segurança nacional e a influência global dos EUA.
*Por Gustavo Ferraz, especialista em investimentos da WIT Invest