Recentes ataques a navios comerciais no Mar Vermelho têm causado interrupções no tráfego de algumas das maiores companhias marítimas e petrolíferas do globo, o que pode causar implicações graves e prejudicar a economia global.
De acordo com Helmuth Hofstatter, CEO e fundador da Logcomex, empresa que oferece tecnologia para o comércio exterior por meio de uma plataforma completa end-to-end, ajudando gestores a planejar, monitorar e automatizar o seu supply chain, os recentes acontecimentos no canal podem levar os navios a percorrerem uma rota muito mais longa.
“O Mar Vermelho vai do estreito de Bab-el-Mandeb, na costa do Iêmen, até o Canal de Suez, no norte do Egito. O Canal é o caminho marítimo mais rápido entre Europa e Ásia e economiza tempo e dinheiro para as transportadoras, evitando que os navios tenham de contornar toda a África. Com os ataques, esse cenário muda, o que pode encarecer o preço dos seguros e aumentar o custo de transporte dos produtos, gerando efeitos em cascata nas cadeias logisticas”, afirma.
As maiores empresas de transporte marítimo do mundo – Maersk, Hapag-Lloyd, CMA CGM Group e Evergreen – já anunciaram a interrupção do transporte através do Mar Vermelho.
A Flexport, maior transportadora de contêineres do globo, também já afirmou que evitará o Canal de Suez. Ela tem atualmente 2.206 TEUs em navios porta-contêineres que deveriam transitar pelo sul do Mar Vermelho e pelo Golfo de Aden nos próximos dias. “Os ataques com mísseis a navios porta-contentores neste ponto marítimo colocaram o transporte global num estado de incerteza”, avalia Hofstatter.
A petroleira BP também afirmou que está realizando uma pausa no envio dos carregamentos de petróleo que passam pelo Canal em razão da insegurança atual. “O preço do petróleo já subiu após o anúncio da petroleira e mostra a importância do canal para o mercado e começa a impactar também o comércio de petróleo”, conclui.