Na noite do último domingo, 23 de junho, igrejas e sinagogas foram atacadas nas cidades de Derbent e Makhachkala no Daguestão, região sul da Rússia. De acordo com o Ministério de Saúde do Daguestão, 20 pessoas morreram nos incidentes. O líder cristão ortodoxo Nikolai Kotelnikov, que serviu mais de 40 anos a comunidade cristã em Derbent, está entre os mortos, assim como um vigia da igreja. Além disso, 15 policiais perderam a vida e 25 ficaram feridos durante os ataques nas duas cidades.
Em Makhachkala, extremistas islâmicos incendiaram a sinagoga local e bombardearam um posto policial no centro da cidade. A polícia interditou várias ruas e ajudou 19 pessoas a saírem da igreja ortodoxa. Também foram relatados tiroteios na aldeia de Sergokala, que fica a 65 quilômetros de Makhachkala.
No total, cinco extremistas morreram e outros seis ficaram feridos. Cerca de 95% da população no Daguestão é muçulmana e alguns deles são radicais e pertencem a grupos como o Estado Islâmico Khorasan (ISIS-K). Mas até o momento, nenhum grupo reivindicou os ataques.
Durante uma entrevista, o líder da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Kirill, afirmou que há um inimigo querendo destruir a paz inter-religiosa no país. Já as autoridades políticas acusaram o governo da Ucrânia pelos ataques. O Daguestão já foi palco de conflitos entre grupos extremistas e separatistas entre os anos 1990 e 2000 e a Rússia enfrentou alguns ataques de radicais islâmicos nos últimos anos.
Apesar de a Igreja Ortodoxa Russa ter o apoio do governo para funcionar no país, ela está sujeita a perseguição no Daguestão.
A perseguição a cristãos na Rússia
Apesar de não estar entre os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo, a Rússia está no 62º lugar na Lista de Países em Observação, países esses que são observados e onde a Portas Abertas talvez tenha alguma participação. Isso não quer dizer que os cristãos no país sejam totalmente livres para exercer sua fé em Jesus.
Devido aos conflitos em Daguestão, Chechênia, Inguchétia, Cabárdia-Balcária e Carachai-Circássia, muitos russos deixaram a região e o número de membros das igrejas caiu. Entretanto, de todas as comunidades cristãs, são as igrejas ortodoxas russas que experimentam o mínimo de problemas por parte do governo.
Igrejas não registradas ativas em evangelismo podem enfrentar obstruções na forma de vigilância e interrogatório pelas autoridades locais. Porém, são os cristãos nativos de origem muçulmana nas regiões de maioria muçulmana que suportam o peso da perseguição tanto pelas mãos da família e amigos como pela comunidade local. Em algumas áreas eles precisam manter a fé em segredo pelo medo de serem atacados e possivelmente mortos.