A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que ainda é cedo para apontar quais serão os prováveis impactos econômicos para a economia mundial do atual confronto militar entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, no Oriente Médio.
“Estamos acompanhando muito de perto a forma como a situação evolui. Especialmente, como ela está afetando os mercados petrolíferos, mas ainda é muito cedo para dizer [algo] em termos de [potenciais] impactos econômicos”, declarou Georgieva a jornalistas que estão acompanhando a reunião anual do FMI, que acontece em Marrakech, no Marrocos.
Destacando que vários países têm sido afetados por catástrofes naturais, como o próprio Marrocos, onde, em setembro, um terremoto matou milhares de pessoas, e também por guerras “que causam perdas trágicas de vidas civis e um enorme sofrimento”, Georgieva disse que o mundo, “ainda enfraquecido pelo baixo crescimento econômico” global, passa por “choques graves que estão se tornando o novo normal”.
“Esta é uma nova nuvem no horizonte já não mais ensolarado da economia mundial. Uma nova nuvem desnecessária e que escurece o horizonte”, acrescentou a diretora-geral do FMI, lembrando que, em virtude do confronto entre Israel e Hamas, os preços do petróleo vêm flutuando nos mercados internacionais. “Vimos alguns altos e baixos nos preços do petróleo [ao longo da semana], como reação dos mercados. Estamos monitorando isso de perto.”
Conflito
No último sábado (7), o Hamas, grupo terrorista islâmico de resistência que desde 2007 em uma guerra sem precedentes tomou a Faixa de Gaza, deflagrou o mais ousado ataque terrorista contra o território israelense em décadas, atingindo milhares de pessoas, em sua maior parte de civis, sequestrando crianças, idosos e mulheres que eram violentadas. Os ataques foram tanto pela terra e pelos céus.
Em seis dias de conflito, as autoridades palestinas afirmam já ter contabilizado ao menos 1.417 mortos em Gaza. O Hamas usa como escudo, inclusive, crianças israelenses que foram sequestradas. O vídeo das crianças assassinadas e degoladas pelo grupo terrorista chocou o mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), ao menos 340 mil moradores de Gaza já tiveram que deixar suas casas e comunidades.
Israel, por sua vez, garante que mais de 1,6 mil pessoas de várias nacionalidades já morreram em consequência do ataque inicial do Hamas e dos mísseis que o grupo palestino continua lançando contra comunidades israelenses próximas à fronteira.
“Qual é a nossa reação a isso? É de cortar o coração ver civis inocentes morrendo. Um ataque de um lugar a outro e que causa reciprocidade na resposta e quem paga o preço? É o inocente quem paga o preço”, concluiu a diretora-geral do FMI.