Na última sexta-feira (24), à noite, homens armados invadiram o vilarejo de Kuchi, no distrito de Munya, Nigéria. Acredita-se que eles fazem parte do grupo Ansaru, uma facção dissidente do Boko Haram. Os homens fizeram saques, assassinaram oito pessoas, destruíram propriedades e no raiar do dia partiram levando vítimas sequestradas.
Segundo o portal de notícias HumAngle, mais de 300 extremistas participaram do ataque e chegaram ao vilarejo em motocicletas. O representante do governo local, Aminu Na-Jume confirmou que o grupo ficou por horas na região, usou uma lanchonete para se alimentar e depois da refeição começou os ataques. “Depois, invadiram lojas e levaram alimentos como suco de laranja, biscoitos e arroz”, disse o representante.
“Muitas pessoas se dispersaram. Elas estão em diferentes acampamentos para deslocados internos. Antes do ataque, nunca havia acontecido um incidente como esse no vilarejo”, acrescentou o representante do governo local. Contatos locais da Portas Abertas relataram que a maioria das vítimas raptadas eram cristãs, mas havia alguns muçulmanos entre elas, e compartilharam como é difícil definir o número exato e até mesmo os nomes dos sequestrados porque, durante os ataques, muitas pessoas fogem.
Nesse incidente, foi notificado por muitos veículos de imprensa que o total de 160 pessoas sequestradas. Muhammad Auwalu, um morador do vilarejo atacado, disse à imprensa que os terroristas foram de casa em casa em busca de pessoas para raptar e partiram com muitas vítimas, incluindo mulheres e crianças. Os ataques na região aumentaram e, por isso, muitos se tornaram deslocados.
“Estamos tristes pelo que aconteceu no último ataque na Nigéria. Muitos outros ataques do Boko Haram, ISWAP, Ansuro e extremistas em meio ao povo fulani continuam a atingir comunidades cristãs e vilarejos no Norte do país. Ainda assim, a comunidade internacional ignora tamanha crise de segurança. É devastador saber que esses ataques continuam imbatíveis e que milhares de pessoas são obrigadas a deixar suas casas e se tornar deslocadas internas”, disse o representante da Portas Abertas da África Subsaariana.
Destruição em massa gera deslocados na Nigéria
Ataques de extremistas em motocicletas têm se tornado comum na Nigéria. Há um ano, um grupo extremista atacou duas comunidades no estado de Plateau, Norte da Nigéria. Acredita-se que os responsáveis pelo atentado sejam extremistas fulanis. Desde então, a atmosfera permanece tensa e o medo se espalhou pela região. Quando avistaram os extremistas chegando em motocicletas e bicicletas, a comunidade reuniu as crianças e as mulheres para fugirem. No entanto, muitas delas foram pegas em uma emboscada. A matéria Ataques geram destruição em massa traz detalhes deste ataque que, segundo parceiros locais da Portas Abertas, matou ao menos 20 pessoas.
Muitos cristãos que conseguem fugir dos ataques se tornam deslocados que são reunidos em campos de refugiados e ficam ainda mais vulneráveis a novos ataques e sequestros, como mostra a matéria Deslocados Internos são Alvos de Sequestros.
A Nigéria ocupa a 6ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024, que classifica os 50 países omde os cristãos são mais perseguidos no mundo. O documento é editado anualmente pela Portas Abertas e, neste ano, constatou que 365 milhões de cristãos são perseguidos no mundo. A Nigéria é o país mais violento contra os cristãos e foi responsável por 82% das execuções, chegando ao total de 4.118 cristãos mortos.
Socorro imediato
Em vários países da África Subsaariana, os cristãos são alvos de ataques de grupos extremistas e rebeldes. Nestes países, os cristãos precisam de apoio físico, emocional e espiritual para resistir à perseguição. Clique aqui e saiba como permitir que cristãos em países como República Democrática do Congo, Nigéria, Burkina Faso e outros recebam socorro imediato, cuidados pós-trauma e treinamento bíblico.