Diversas comunidades de maioria cristã foram atacadas por homens armados no centro do Mali. Nas vilas de Yarou e Idjely, 21 pessoas e cinco cristãos foram mortos, respectivamente. Além disso, nove motocicletas de seguidores de Jesus foram roubadas.
Na semana anterior, um grupo de homens armados roubou as motos na aldeia Segana e saqueou o gado em Ourou. De acordo com uma testemunha local, a aldeia de Idjely tinha um acordo informal de paz com o grupo extremista da região. Os vigilantes dogon mediaram o acordo e vigiavam o vilarejo.
Recentemente, esse acordo de proteção dos vigilantes dogon foi suspenso e agora os moradores de Idjely são constantemente atacados por radicais islâmicos. “Os vigilantes dogon já não vinham para proteger a área, por isso os jihadistas chegaram no dia 19 de agosto de 2023, por volta das 17h, e abriram fogo contra a aldeia”, testemunha a fonte.
As forças de defesa do Mali têm dificuldade em combater a violência de extremistas islâmicos atuantes no país. Em 2018, o governo prometeu investigar, proteger as comunidades vulneráveis e desarmar os grupos armados. Mas as promessas não foram cumpridas, um dos pontos que resultou nos golpes de Estado em 2020 e 2021. Quase dois anos após a ocupação islâmica do Norte do Mali, os cristãos precisavam de decidir se permaneceriam no Sul ou regressariam ao Norte. Estes cristãos decidiram ficar e estão construindo casas (foto).
Perseguição a cristãos no Mali
O país ocupa a 17ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2023, documento editado anualmente pela Portas Abertas e que classifica os 50 países em que os cristãos são mais perseguidos.
Há cerca de dez anos, grupos extremistas islâmicos tomaram o controle do Norte do Mali, incendiaram igrejas e expulsaram a população cristã. A comunidade cristã nunca se recuperou completamente, e muitos cristãos perderam tudo durante aquela época. Cristãos na região ainda vivem com a ameaça de ataques violentos, principalmente se compartilharem o evangelho. O Mali é uma das nações mais pobres da África e casas, negócios e propriedades de cristãos ainda são alvos, mantendo-os na pobreza.
Missionários cristãos e ONGs no Norte não podem atuar de forma segura, pois há um perigo real de serem atacados ou sequestrados por extremistas.
O Mali tem passado por uma grande instabilidade política nos últimos anos, e o vácuo da liderança tem fortalecido os grupos extremistas islâmicos e expandido seu território. Isso tem colocado os cristãos em grande risco de violência em várias partes do país. Militantes islâmicos extremistas sequestram pessoas, incluindo cristãos, e os matam ou os mantêm em escravidão sexual. Outros são colocados sob pressão para se unir a grupos em que serão forçados a se converter ao islamismo e lutar. Alguns pais cristãos mandam os filhos para áreas mais seguras para tentar protegê-los.
Se alguém de contexto islâmico se torna cristão e escapa da perseguição de extremistas, ainda enfrenta pressão de familiares para abrir mão da nova fé. Isso pode incluir divórcio, perda do apoio da família, isolamento social e até mesmo perda de acesso aos filhos.
A Portas Abertas trabalha por meio de parceiros locais no Mali para fornecer treinamento de preparação para a perseguição, programas de discipulado e projetos de desenvolvimento econômico. Clique aqui para saber mais e ajudar estes e mais de 360 milhões de cristãos perseguidos no mundo.