Viver como cristão em um dos 11 primeiros países da Lista Mundial da Perseguição 2023 é correr risco de morte. Governos, comunidades, extremistas religiosos e até os familiares são os principais responsáveis por pressionar, agredir e matar os seguidores de Jesus que se recusam a retornar à fé de seus antepassados.
Mais de 14,5 mil igrejas no Brasil entenderam a necessidade extrema de intercessão e organizaram o Domingo da Igreja Perseguida (DIP) 2023 em suas comunidades locais. Mais de 1,5 milhão de pessoas, espalhadas pelos 27 estados brasileiros, entenderam melhor os desafios diários dos cristãos perseguidos.
A Comunidade Cristã Evangélica Filadélfia em Belo Horizonte (MG) também participou do maior movimento nacional de intercessão pelos cristãos perseguidos. Quezia Martins tem 16 anos de experiência em organizar o DIP, mas nessa edição contou com apoio de crianças entre 7 e 12 anos, integrantes do grupo Gideões Mirins.
“Organizar o DIP é uma bênção para a igreja local, pois ao mesmo tempo em que oramos para que nossos irmãos sejam fortalecidos a perseverar, nós também somos desafiados e encorajados por meio do testemunho deles. Além disso, envolver as crianças e todos os departamentos fez com que aumentasse o comprometimento com essa causa maravilhosa”, testemunha Quezia.
No Ministério com uma Missão em Manaus (AM), o culto foi marcante e contou com peças de teatro e período de oração pelos cristãos perseguidos. José Benedito Castro já organiza o DIP há mais de 15 anos e, dessa vez, o evento fez parte do encerramento do congresso de missões de três dias. “O que mais me chamou a atenção foi a participação de algumas igrejas de amigos de fora que não são tão envolvidos com missões”, explica Castro.
Criatividade para impactar
Durante o DIP 2023, a criatividade dos cristãos brasileiros foi essencial para que a mensagem fosse marcada na memória das pessoas que participavam dos cultos. As peças de teatro são uma das formas de impactar sobre a realidade dos cristãos perseguidos.
Na Comunidade Evangélica Transformar em São Paulo/SP, Erica Ribeiro interpretou Rebecca, a mãe de Leah Sharibu, jovem que foi sequestrada por radicais islâmicos na Nigéria. “Eu realmente me coloquei no lugar dela. Porque tenho cinco filhos e quando falamos do sequestro de Leah, isso mexe muito comigo. Eu li a história e tentei passar um pouco da espera dessa mãe cristã. Agora vou colocar Rebecca e sua família em minhas orações”, revela a cristã.
Além disso, réplicas do Fusca cheios de Bíblias do Irmão André marcaram presença em várias igrejas. Muitos organizadores aproveitaram para contar a história da Portas Abertas no mundo e seus anos no Brasil.
DIP além das fronteiras
O DIP 2023 aconteceu em outros 19 países da América Latina. Cristãos de nações como Uruguai e Chile se comprometeram em oração pelos cristãos que enfrentam perseguição extrema. Mais de 800 igrejas e cerca de 43 mil seguidores de Jesus foram impactados pela causa da Igreja Perseguida.
Na Venezuela, Mary de Astudillo realizou o DIP pela primeira vez e aproveitou os materiais disponíveis no site da Portas Abertas para mobilizar os cristãos locais em oração. “Damos glória a Deus por nos permitir realizar o Domingo da Igreja Perseguida pela primeira vez. Há um mês, estamos nos preparando como congregação, orando cada um por um país em perseguição extrema. A igreja foi movida e comprometida”, compartilha a cristã latina.
O pastor da Iglesia Asamblea de Dios Autónoma de San Carlos, no Chile, ministrou durante o culto com sua comunidade: “Devemos incorporar em nossa visão de mundo que se outros cristãos estão sendo perseguidos, também somos perseguidos com eles. Quando nos colocamos no lugar deles, oramos com mais paixão”.
Saiba como ajudar
Além da oração é possível ajudar a suprir as principais necessidades físicas, espirituais e emocionais de um cristão perseguido. Veja como isso é possível.