Hoje (16/8), a Virrosas completa 110 anos de atuação contínua no estado do Amazonas. A indústria, que iniciou as atividades, timidamente, no centro de Manaus, trocou de endereço, expandiu suas operações e tem conquistado novos mercados consumidores.
Em 1913, começou em um espaço pequeno, no térreo da casa do português Virgílio e da esposa, a espanhola Sabina Rosas, que ficava na Rua Miranda Leão. Posteriormente, foi instalada num imóvel maior, localizado na Rua Marcílio Dias, também no Centro de Manaus.
Inicialmente, fabricava licores e conhaques. A matéria-prima era importada da Europa. Os vinhos oriundos de Portugal vinham em barris, confeccionados em madeira de Carvalho, de 400 litros. Como os barris não tinham como retornar para a Europa, Virgílio Rosas teve a ideia de usá-los como equipamentos para produção de vinagre. Da inventividade para o reaproveitamento, nasceu a tradição de produção de vinagre com a marca de Virgílio Rosas.
Em 1951, um incêndio destruiu o patrimônio e as instalações da fábrica no centro. A fatalidade contribuiu para a troca de endereço e ampliação da produção. O avanço aconteceu graças à honradez da clientela. “Minha tia contava que as chamas destruíram as anotações onde estavam relacionados os nomes dos clientes e os respectivos valores a serem cobrados. Não havia documentos que comprovassem as dívidas. Mas no dia acordado, os clientes, um a um, iam aparecendo e pagando. Foi com esse dinheiro que a família pôde reconstruir a empresa”, relembrou Carlos Monteiro.
Expansão
Ao longo dos anos, a Virrosas fixou a sede no Distrito Industrial e, posteriormente, no bairro da Compensa. O fundador Virgílio Rosas se aposentou por motivo de doença, vendendo a sua participação para o sócio Adriano Monteiro.
Atualmente, a Virrosas conta com 20 itens no seu portfólio e até o final de 2024 pretende triplicar o mix de produtos. A empresa genuinamente amazonense está presente nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Roraima, Rondônia e Amapá. O plano de expansão prospecta atendimento futuro do eixo Sul e Sudeste.
“Estamos em constante pesquisa porque o setor de alimentação é exigente. Recentemente, apresentamos um novo molho de pimenta murupi com tucupi para chefes de cozinha, em São Paulo. Foi um sucesso! O gostinho exótico do Amazonas, aliado à qualidade, agradou tanto que estamos pensando em investir nas regiões Sul e Sudeste do país”, avaliou Pedro Monteiro que, ao lado do sócio e primo Eduardo Monteiro, planejam a expansão da empresa.