A crescente complexidade do ambiente de negócios exige que decisões estratégicas sejam embasadas em informações concretas. Agir com base em intuição ou tentativa e erro aumenta a exposição ao risco e reduz a competitividade. Por outro lado, empresas que utilizam dados de forma estruturada conseguem antecipar tendências, identificar gargalos e criar estratégias mais eficientes.
Um estudo conduzido pela McKinsey & Company revelou que empresas que utilizam intensivamente a análise de dados são 23 vezes mais propensas a superar seus concorrentes na aquisição de novos clientes, nove vezes mais propensas a fidelizá-los e quase 19 vezes mais propensas a alcançar lucratividade acima da média.
Segundo Lucas Codri, fundador do Grupo IZE e especialista em crescimento empresarial, a principal vantagem da gestão orientada por dados é a capacidade de corrigir o rumo antes que problemas se tornem críticos. “Com indicadores confiáveis, o gestor deixa de reagir ao problema quando ele já está instalado e passa a agir preventivamente. É uma mudança de postura que impacta diretamente a lucratividade”, afirma.
Codri explica que o primeiro passo é estabelecer quais dados realmente importam. Nem todos os números disponíveis são úteis, e o excesso de informações pode atrapalhar mais do que ajudar. “É preciso definir os KPIs certos para cada área da empresa e criar uma rotina de análise que conecte esses indicadores às decisões do dia a dia”, orienta. Ferramentas como ERPs, dashboards personalizados e plataformas de Business Intelligence ajudam a centralizar os dados e facilitam a leitura do desempenho.
Cultura data-driven: decisões mais rápidas e personalizadas
A consolidação de uma cultura orientada por dados passa também pela capacitação das lideranças. Segundo o especialista, não basta contratar um software se a equipe não souber interpretar os resultados. “Os dados não tomam decisões sozinhos. O papel da liderança é saber o que está olhando e como transformar aquela leitura em ação prática. A maturidade analítica da empresa começa pelo gestor”, pontua.
Além de embasar decisões financeiras e operacionais, a análise de dados também permite uma atuação mais estratégica no relacionamento com clientes. Segmentação de público, personalização de ofertas, ajustes no posicionamento de marca e identificação de comportamentos de compra são práticas que se tornam muito mais precisas com uma leitura profunda das informações.
“Os dados mostram padrões que o olho humano não detecta. Quando você entende quem compra, por que compra e quando compra, as chances de errar uma campanha ou um lançamento caem drasticamente. E isso vale para qualquer setor”, afirma Codri.
Na prática, empresas que operam com dados estruturados conseguem ser mais ágeis, tomar decisões com menos margem de erro e acompanhar seu próprio desempenho com clareza. “A intuição tem seu valor, mas os dados são a base da previsibilidade. E previsibilidade é o que sustenta o crescimento de longo prazo”, conclui.