O avanço tecnológico constante tem aumentado a demanda para diversas áreas profissionais globalmente, mas uma delas, sem dúvidas, é o centro de todas as atenções: a programação. Com isso, muitos desenvolvedores não olham só para o mercado brasileiro, e sim para o mundo inteiro, que está recheado de oportunidades de emprego muitas vezes mais atrativas do que aquelas oferecidas no território nacional.
Ou seja, trabalhar como dev para uma empresa de outro país morando no Brasil é uma meta completamente alcançável nos dias atuais. Por outro lado, esse objetivo não deixa de ser ambicioso e, tratando-se de um passo importante na carreira, é fundamental que o especialista tech em questão dê alguns passos específicos, garantindo que tudo saia conforme o planejado.
São eles:
- Ter familiaridade com outros idiomas e culturas
Trabalhar para uma empresa no exterior significa lidar com pessoas de diferentes nacionalidades e culturas diversas. Por isso, o desenvolvedor precisará aplicar os seus conhecimentos técnicos em outros idiomas, e também construir uma rotina que ultrapasse os costumes brasileiros.
No caso dos devs, as principais oportunidades estão nos Estados Unidos e em países europeus, tanto pela necessidade de fortalecerem os seus times com mão de obra qualificada, quanto por estarem na linha de frente da tecnologia e da economia mundial – aqui, estamos falando das moedas mais fortes do planeta, o dólar e o euro. Então, possuir, no mínimo, um nível médio de inglês contribui para a conquista da vaga.
- Currículo: pensar em habilidades, mas também nas vagas
Normalmente as vagas para o setor tech no exterior estão referenciando tecnologias e não habilidades técnicas, como conhecimento de algoritmos específicos ou estratégias avançadas de programação. Entender sobre ferramentas importantes, como as linguagens JavaScript e Python, é o que fará você conquistar o emprego.
Não à toa, essas oportunidades tendem a ser menos estressantes e pagam mais, demonstrando que o desafio é mais focado e a companhia está organizada. Assim, o eixo do programador deve ser em ressaltar competências tecnológicas específicas e associadas às necessidades do contratante, ao invés de montar um currículo que elenque uma série de skills generalizadas.
- Ter os equipamentos necessários para trabalhar remotamente
O home office implica que o equipamento número um do profissional seja o Wi-Fi e, no caso dos programadores, com um excepcional provedor de internet. Além de funções práticas, qualquer reunião que a pessoa fará será online, então é impossível não ter uma boa conexão.
Dentro dessa lógica, também não há como não ter um computador de qualidade, como um MacBook. É um item aliado para a produtividade do dev, visto que um terço da rotina, em teoria, será em frente à tela. E, quanto mais reforços relacionados ao ambiente digital o desenvolvedor tiver, como bons microfones e webcams, menos dores de cabeça surgirão.
- Saber qual é o estilo de contratação da empresa
Buscar uma chance de trabalhar como dev em outro país com certeza trará alguns imprevistos, mas não deve ser um caminho feito às cegas. Todas as dúvidas do candidato precisam ser sanadas durante o processo seletivo, de modo que ele saiba exatamente detalhes como salário, carga horária, projetos os quais fará parte, dentre outros fatores.
Inclusive, esse é um conhecimento necessário não só pelo motivo da transparência, mas por questões burocráticas. Por exemplo, se a empresa exigir um deslocamento ocasional, o passaporte deve estar em dia. Ou, se tratando de finanças, o profissional precisará correr atrás de uma plataforma para receber os pagamentos da moeda estrangeira na conta do Brasil em reais, de modo a trazer o dinheiro de maneira 100% legalizada e transparente.
Vale a pena seguir esse caminho?
Antigamente, para se tornar um desenvolvedor, a pessoa teria que investir uma enorme quantidade de dinheiro em equipamentos e tempo de estudo para se limitar a um mercado nichado. Com o home office e o avanço da tecnologia, tudo isso mudou e as oportunidades em empresas internacionais comprovam essa realidade.
Salários pagos com as moedas mais fortes do mundo, a chance de garantir uma gestão de tempo adequada e o acesso a conhecimentos e pessoas de todo o planeta são apenas alguns pontos que mostram como trabalhar para companhias no exterior é uma ótima decisão. Portanto, a resposta definitivamente é sim.
*Por Ráfagan Abreu, CTO do transferbank