No próximo dia 15 de outubro é comemorado o Dia do Professor, data que busca ressaltar a importância deste profissional na vida de qualquer aluno, inclusive quando se trata de neurodivergentes, como os autistas.
Há no Brasil cerca de 36 mil alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), de acordo com dados oficiais do Censo Escolar 2023, publicado em fevereiro deste ano. Segundo o estudo, o número de matrículas de pessoas com autismo no país teve um aumento de 48% de 2022 para 2023. Apesar disso, pessoas com TEA ainda precisam enfrentar uma série de barreiras de inclusão no ambiente escolar.
Segundo Mara Duarte, neuropedagoga e gestora da Rhema Neuroeducação, apesar de haver, ainda, um longo caminho até a inclusão social efetiva, o professor pode contribuir fazendo sua parte. “O ambiente escolar é capaz de ajudar os alunos neurodiversos a se enxergarem com outro olhar, criando autoestima e entendendo que suas diferenças não os tornam incapazes”, explica.
A especialista afirma que crianças autistas podem ter algumas características que tendem a dificultar a inclusão, como falta de contato visual; desinteresse por outras crianças e uso de brinquedos de forma disfuncional, entre outras. “O conhecimento em relação a estas características e o constante aperfeiçoamento dos professores, alinhado a práticas pedagógicas assertivas, são pontos essenciais para o sucesso nesta jornada de inclusão”, acredita Mara.
A gestora da Rhema Neuroeducação sugere que existem algumas modificações pontuais que os professores podem realizar em sala de aula para colher resultados mais positivos com alunos autistas. São elas
- Ser previsível
- Utilizar pistas
- Diminuir as abstrações
- Fragmentar as atividades
- Comunicar por imagens
- Apresentar exemplos complexos sempre que possível
- Usar formas lúdicas de ensino
“Além disso, o professor pode ensinar tarefas que sejam relevantes para o cotidiano desse aluno e apresentar exemplos do dia a dia. Também pode trabalhar de modo que as mesmas respostas sejam apresentadas em diferentes contextos, a fim de que as habilidades sejam generalizadas”, detalha a neuropedagoga.
Outros pontos importantes citados pela especialista são a avaliação constante do desenvolvimento do aluno pelo professor e a capacitação. “Para que o professor se torne um facilitador do processo de inclusão, é importante que ele esteja sempre atualizando seu conhecimento, a fim de reunir os saberes teóricos e metodológicos fundamentais para intervir”, finaliza Mara Duarte.