Uma pesquisa da Brain Inteligência Estratégica revelou que 46% dos brasileiros têm a intenção de comprar um imóvel e 26% desse total se preparam para fechar negócio ainda em 2025. Embora o preço e a localização ainda sejam os fatores mais observados na hora da escolha, há um ponto que costuma passar despercebido — e que pode gerar dores de cabeça no futuro: a gestão do condomínio. É ela que garante que o imóvel se mantenha em boas condições ao longo do tempo, que a valorização patrimonial ocorra de forma consistente e que o morador não seja surpreendido por taxas condominiais elevadas ou falta de manutenção nas áreas comuns.
Para Clóvis de Albuquerque Filho, diretor da Procave, construtora com quase 50 anos de história, a manutenção contínua de um empreendimento é tão importante quanto o próprio projeto e a execução da obra. “É a manutenção que vai garantir que o empreendimento se mantenha em boas condições em longo prazo. Isso interfere diretamente na valorização do imóvel. Um bom exemplo é o Brava Home Resort, complexo com 60 mil metros quadrados de área de lazer, que teve uma excelente valorização imobiliária, em parte, por conta da manutenção exemplar das áreas comuns. Mesmo após quase 10 anos da entrega, o empreendimento continua com aparência de novo, o que também impacta em valorização superior se comparada com outros produtos do gênero no entorno”, destaca.
Seja em imóveis de alto padrão ou em unidades mais acessíveis, vale a pena investigar quem cuida — e como cuida — do lugar onde você pretende morar. A seguir, cinco dicas para não errar na escolha.
- Solicite o balancete financeiro e atas de assembleiaEles revelam como o dinheiro do condomínio está sendo usado, se há inadimplência elevada, gastos inesperados ou obras mal planejadas. Transparência é um bom sinal.
- Avalie o estado das áreas comunsPlayground com equipamentos quebrados, academia desatualizada ou piscina sem manutenção são alertas. O aspecto visual pode indicar a qualidade (ou falta) da gestão.
- Confira o valor da taxa condominial — e o que ela cobreUma taxa muito abaixo da média da região para o padrão do empreendimento pode esconder problemas futuros por falta de manutenção. Já valores elevados precisam estar bem justificados. Compare com outros condomínios.
Para Clóvis, o mais importante é a forma como o recurso é utilizado. “O que define uma boa taxa condominial não é se ela é alta ou baixa, mas sim se ela está justa e coerente com o que se pretende implantar, com o padrão do empreendimento e com os serviços oferecidos. Um condomínio bem cuidado, com áreas comuns preservadas, manutenção preventiva em dia e equipe qualificada, contribui com seu valor de mercado — e isso é um retorno direto para o morador e para o investidor”, afirma. - Pesquise sobre a administradoraEmpresas da área costumam adotar boas práticas, tecnologia e controles mais rigorosos. Vale perguntar quem faz a gestão e buscar a reputação dela.
- Veja se há planejamento de longo prazoManutenções preventivas, modernização de elevadores e sustentabilidade (como reuso de água ou energia solar) são sinais de que o condomínio pensa no futuro — e cuida do presente.