O preço é a maior barreira que o brasileiro enfrenta para a adoção de estilo de vida mais sustentável. Segundo um levantamento realizado pelo Akatu em parceria com a GlobeScan, 57% dos brasileiros afirmam que viver de uma forma social e ambientalmente consciente é “muito caro”. Já em uma escala global, essa média é de 49% dos consumidores de 31 países mapeados pelo estudo.
Denominado Vida Saudável e Sustentável 2023, o estudo foi desenvolvido com o patrocínio de Ambev, Asics, Assaí Atacadista, Mercado Livre, PepsiCo, RaiaDrogasil e Unilever, com o apoio institucional de PwC e WWF-Brasil. Para os entrevistados, existem outras barreiras importantes para o consumo consciente e a prática da sustentabilidade no Brasil. De acordo com os respondentes, a falta de apoio do governo (49%) e das empresas (40%) tem grande impacto na adesão de hábitos mais sustentáveis.
“Praticar o consumo consciente pode significar economia direta no bolso, ao evitarmos desperdícios de água, de energia e de alimentos, por exemplo, ou quando deixamos de comprar itens supérfluos”, afirma Felipe Seffrin, coordenador de Comunicação do Instituto Akatu.
Outro ponto destacado no estudo é a falta de informação: 28% dos brasileiros afirmam não saber como viver de uma maneira que seja boa para si, para outras pessoas e para o meio ambiente — índice que aumenta para 34% entre os jovens da geração Z, nascidos a partir de 2000.
“Quando o consumidor têm mais acesso à informação e aos benefícios socioambientais embutidos no preço, ele tem maior probabilidade de fazer melhores escolhas”, ressalta Seffrin.
Práticas sustentáveis
O Instituto Akatu reforça que o consumidor precisa levar em consideração diferentes pontos ao fazer uma compra: à primeira vista, um produto mais durável pode ser mais caro do que um produto descartável, mas evita compras recorrentes e gera menos resíduos.
Da mesma forma, produtos mais sustentáveis podem ter um preço mais elevado do que outras opções, mas representam menos impactos negativos ao meio ambiente, como emissões de gases poluentes e desperdícios de matérias-primas, o que beneficia tanto a natureza quanto o próprio consumidor.
“Precisamos aproximar o tema das pessoas e mobilizar governos e empresas por mais educação, informação e transparência quando falamos de sustentabilidade. Assim, o preço na etiqueta ganha outro significado”, conclui o executivo.
Foto: Divulgação
Texto: M&C