Nesta última sexta (31), encerrou-se o prazo para declarar o Imposto de Renda. O primeiro lote que foi contemplado pela restituição do IR ocorreu no dia 31 de maio. Mas, muitas vezes, ocorre o questionamento: “Devo investir o dinheiro ou pagar dívidas?” Caso a pessoa se perceba nesta segunda circunstância, lembre-se de que quitar as pendências financeiras é sempre prioridade. Entretanto, para os que estão com as contas em dia e desejam aplicar o dinheiro, o mercado de consórcios pode ser uma boa opção.
Fernando Lamounier, especialista em educação financeira e diretor da Multimarcas Consórcios, afirma que o destino dessa renda deve priorizar as incumbências a que se destina o valor restituído: “A maioria dos brasileiros está preocupada com o pagamento de dívidas. O problema de endividamento no país é consequência de uma série de ocorrências econômicas e políticas que desencadearam diversas crises na última década. Aqueles que estão com as contas em dia devem optar por investimentos mais seguros por meio dos quais consiga arcar com o pagamento de parcelas até ser contemplado. Uma boa opção são os consórcios que oferecem à pessoa a chance de se organizar com as despesas sem ter de pagar juros pelo dinheiro aplicado.”
O número de endividados no Brasil aumentou em 2024. O país alcançou uma nova máxima histórica, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. A proporção de famílias endividadas cresceu em 78,1%, em maio; o valor superou março, em cujo período havia 78,1%, e abril de 2023, que estava em 78,3%.
A apuração pode ter sido estimulada pela alta dos juros ofertada pelas instituições financeiras; este é um reflexo da quantia prefixada pelo Banco Central, pelo Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), que atualmente está em 10,50% – a taxa é uma das mais elevadas do mundo.
Os consórcios são uma boa alternativa para quem quer fugir das cobranças dos bancos. Lamounier explica que esta é uma modalidade de investimento mais segura, principalmente, para aqueles que não querem lidar com os dispêndios dos juros: “Os consórcios oferecem múltiplas vantagens para os que os adotaram como modalidade de investimento. Por este meio, aqueles que estão com uma renda sobrando poderão economizar, não terão de lidar com juros e administrarão a própria verba, conforme parcelas mais flexíveis. Além disso, o consórcio oferece a possibilidade de contemplação por sorteio ou lance, o que aumenta as chances de adquirir mais prontamente o produto.”
A próxima data para receber o valor da restituição é 28 de junho; o terceiro, em 31 de julho; o quarto, em 30 de agosto; o quinto e último lote, 30 de setembro.
De 9,5 bilhões a ser restituídos, R$8.857.175.779,78 se referem aos contribuintes prioritários: 258.877 idosos acima de 80 anos; 2.595.933 àqueles entre 60 e 79 anos; 162.902 aos que possuem alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave; 1.105.772 àqueles cuja maior fonte de renda seja o magistério. 787.747 aos que receberam prioridade por utilizar a declaração pré-preenchida ou optarem por receber a restituição via Pix.
A seguir, seguem algumas dicas do especialista sobre o que fazer com a restituição do IR:
Pagar dívidas: a primeira obrigação do contemplado deve ser quitar as suas dívidas, como despesas com cartão de crédito, com empréstimos pessoais ou com financiamentos. Usar a restituição para pagá-las pode ser uma ótima maneira de reduzir os custos e de economizar dinheiro com juros no longo prazo.
Constituir uma reserva de emergência: aqueles que tiverem a chance de fazer reserva, destinar parte da restituição para esse fim é uma decisão inteligente. Assim, o indivíduo poderá cobrir despesas inesperadas, como reparos em casa ou gastos com médicos. Além disso, a pessoa pode estar preparada para uma perda de emprego, o que pode ajudar a manter a sua estabilidade financeira em tempos difíceis.
Investir no futuro: o contemplado pode considerar investir parte da verba ou todo o valor da restituição em veículos de investimento. Ações, títulos, fundos mútuos ou fundos de índice entram nesta equação. Esta iniciativa ajuda a aumentar o seu patrimônio líquido em longo prazo e contribui para concretizar os seus objetivos financeiros, como aposentadoria, educação dos filhos ou compra de uma casa.