Na última sexta-feira (06), aconteceu a primeira reunião ministerial conduzida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília para alinhamento da equipe.
Fabiano Vaz, analista da Nord Research, avalia que o alívio político ocorreu sob efeito da diminuição dos ruídos causados por comentários de membros do governo nos primeiros dias do ano.
“Tivemos membros fazendo sinalizações e comentários que desagradam o mercado, colocando em pauta alguns retrocessos na parte econômica. Isso ajudou a termos quedas fortes no começo da semana”, disse Vaz, apontando a pressão recente após a posse do novo presidente.
“Na última sexta, houve a recuperação dos ativos, principalmente dos ligados à economia doméstica, não exatamente por falas super positivas, mas sim pela tentativa de controle da equipe.”
Ainda no campo político, houve outros fatores que ajudaram a melhorar o sentimento do mercado com o novo governo. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, falou que buscará atender as demandas sociais, mas com responsabilidade fiscal.
Com a trégua nos ruídos políticos, o Ibovespa fechou em alta pelo terceiro pregão seguido. Na semana, porém, o índice local contabilizou um recuo de 0,7%, pressionado pelas quedas das duas primeiras sessões do ano.
Manifestações com atos de vandalismo e terrorismo em Brasília
Os mercados acionários dos EUA amanhecem no campo positivo nesta segunda-feira (09), repercutindo uma nova reabertura da economia chinesa. Ao mesmo tempo, os investidores monitoram a instabilidade política no Brasil.
Nesta manhã, a capital do Brasil tenta se recuperar dos ataques ao Congresso Nacional, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal (STF) no domingo (08).
“A reunião ministerial pode estender alívio local, mas os acontecimentos do último domingo devem influenciar o rumo dos negócios hoje. É um péssimo sinal para o mercado. A questão agora é entender, com calma, o grau de impacto nos ativos domésticos”, orienta Vaz.
O analista acrescenta que “o foco dos investidores deve estar em empresas que proporcionam visibilidade e que não se alteram diante de acontecimentos locais. No entanto, manter posições que dependem mais de PIB ou de reestruturação é mais arriscado”.