Investir em imóveis é algo que normalmente faz parte de uma carteira diversificada de investimentos. Por conta da valorização e da estabilidade, trata-se de uma alternativa considerada por boa parte dos investidores. Mas quais as tendências? O que deve ser levado em conta atualmente antes de aplicar o dinheiro neste mercado?
De acordo com Jonas Moital, engenheiro e empresário do setor de construção civil e mercado imobiliário, o déficit de moradia no Brasil ainda é alto, de pelo menos 26%, por isso há várias iniciativas do governo para liberar crédito, assim como o investimento de bancos privados no setor. “A demanda continua muito grande, por isso trata-se de um ótimo investimento, que sempre valoriza com o tempo, e que nos últimos anos obteve uma valorização média de 20% ao ano. Mas é importante prestar atenção no cenário atual e tentar olhar para o futuro para entender as tendências”, analisa.
Ele explica que a pandemia, por exemplo, trouxe mudanças na demanda. “Eu moro em Jundiaí. Durante a pandemia de covid-19, houve um êxodo enorme de pessoas que moravam em São Paulo capital e optaram por viver na região. Nesse caso, eu falo especialmente de pessoas que vivem uma situação de vida mais estável, são casados, têm filhos, querem fugir dos grandes centros, mas estar próximos a eles por conta do trabalho. Para esses casos, eu falaria em uma tendência de procura por casas de condomínio em regiões próximas das grandes capitais. No caso de Jundiaí, a cidade está a 45 minutos de São Paulo somente”.
Jonas ressalta que, normalmente, esse perfil procura aliar qualidade de vida à segurança que as grandes cidades vêm deixando de oferecer, e querem casas em condomínio para reforçar essa questão.
Outro ponto levantado pelo empresário é que há duas gerações que respondem pela maior parte da movimentação do mercado imobiliário hoje e é necessário entender as demandas de ambas. “Existe a geração X, formada por pessoas de 35 a 50, com um ou dois filhos e pet; e a geração Z, com pessoas de 21 a 34, que trabalham em home office, moram sozinhas, não pretendem casar, não têm filhos e têm pet”.
Com relação ao cenário futuro, é preciso pensar na geração Z, segundo Jonas. São pessoas que vão morar sozinhas, sem filhos, sem carro e com pet. “Elas não querem lavanderia em casa, querem carros autônomos que irão funcionar na modalidade uber, comida pronta e academia no prédio. Vão valorizar morar bem localizados em regiões centralizadas, mas viverão em tribos, ainda que morando e viajando sozinhas, de forma mais independente. Isso é futuro e, para eles, construções modulares de imóveis compactos com marcenaria inteligente e muita tecnologia é o que vai fazer sentido”, afirma.