O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país, cresceu 0,4% na passagem do segundo para o terceiro trimestre deste ano. Com esse resultado, o indicador econômico chega ao maior patamar da série histórica, iniciada em 1996. Na comparação com o trimestre anterior, é a quinta taxa positiva. O PIB totalizou R$ 2,544 trilhões em valores correntes no terceiro trimestre. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado nesta quinta-feira (1º/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além de atingir o maior nível da série, o PIB ficou 4,5% acima do patamar pré-crise sanitária da Covid-19, registrado no quarto trimestre de 2019. De acordo com o IBGE, no terceiro trimestre, a variação positiva foi influenciada pelos resultados dos Serviços e da Indústria, enquanto a Agropecuária recuou.
Nos Serviços, setor que responde por cerca de 70% da economia e que cresceu 1,1% no trimestre, os destaques foram Informação e comunicação (3,6%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%) e Atividades imobiliárias (1,4%).
O único segmento dos serviços que ficou negativo foi o Comércio, que variou -0,1% no terceiro trimestre. A Construção, que está entre as atividades industriais, avançou 1,1% no período.
Já a Agropecuária, que vinha registrando taxas positivas há três semestres, recuou 0,9%. No acumulado do ano, o setor agropecuário caiu 1,5%. “A Agropecuária caiu neste trimestre muito por conta de culturas que estão com estimativas de queda de produção no ano, como a cana-de-açúcar e a mandioca”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o PIB cresceu 3,6%. A Agropecuária cresceu 3,2%, e a Indústria, 2,8%. O setor industrial foi impactado sobretudo pela atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (11,2%), que foi beneficiada pelas bandeiras tarifárias verdes. Outras atividades de destaque no setor foram Construção (6,6%) e Indústrias de transformação (1,7%).
Nessa mesma comparação, os Serviços avançaram 4,5%, com destaque para Outras atividades de serviços (9,8%) e Transporte, armazenagem e correio (8,8%) e Informação e comunicação (6,9%).
O consumo das famílias também cresceu pelo sexto trimestre consecutivo. Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o aumento foi de 4,6%. De acordo com o IBGE, a melhoria nos indicadores econômicos contribuiu para esse crescimento. “A melhoria no mercado de trabalho, a desaceleração da inflação em 12 meses, o crescimento do crédito voltado às pessoas físicas, além da desoneração fiscal e dos auxílios governamentais, como o Auxílio Brasil, o Auxílio Caminhoneiro e o Auxílio Taxista”, explica Rebeca Palis.
No mesmo período, o Consumo do Governo cresceu 1,0%. Já os investimentos cresceram 5,0%, influenciados pela alta da construção, do desenvolvimento de softwares e também da produção e importação de bens de capital.