Investir além das fronteiras brasileiras é uma estratégia essencial para reduzir riscos e aumentar o potencial de retorno. O Brasil representa menos de 1% do mercado financeiro global, o que significa que, ao diversificar internacionalmente, o investidor tem acesso a uma gama muito maior de empresas e setores promissores. Segundo o consultor especializado em investimentos Otávio Paranhos, o principal benefício dessa diversificação é a redução do risco. “Na prática, isso gera maior segurança em retiradas para que você possa usufruir dos frutos dos seus investimentos no futuro”, explica.
Aportar apenas no Brasil pode ser arriscado, pois o investidor fica mais exposto à inflação e à volatilidade do mercado interno. Além disso, para cada empresa brasileira, existem mais de 200 empresas estrangeiras potencialmente mais lucrativas. Dessa forma, a diversificação se torna um passo essencial para quem deseja construir uma carteira de longo prazo.
Mas qual é o momento certo para começar a investir no exterior? De acordo com Otávio, a resposta é simples: o quanto antes. “O momento ideal para o investidor começar a alocar parte do patrimônio no exterior é assim que ele inicia sua poupança para o longo prazo”, destaca. “Na média, o investidor está mais protegido por investir em moedas fortes, mas ainda assim pode observar variação no valor investido em reais”, ressalta.
Para aqueles que estão investindo fora do Brasil pela primeira vez, alguns deslizes são comuns, o especialista aponta dois erros frequentes: o primeiro é confundir investimento global com simplesmente comprar dólares. “De fato, você pode precisar comprar dólares para investir, mas não deve deixá-los parados em conta ou na gaveta. O importante é usá-los para adquirir ações e renda fixa globais”, esclarece. O segundo equívoco é acreditar que investir no exterior significa apenas investir nos Estados Unidos. “O mercado global é muito maior do que os EUA, apesar da sua importância econômica. Hoje, os EUA representam cerca de 63% do mercado global de ações, mas há muitas outras oportunidades ao redor do mundo”, complementa.
Para brasileiros que querem começar, algumas opções são bastante acessíveis. Através de corretoras nacionais, é possível investir em ativos globais sem burocracia. “Um exemplo é o fundo WRLD11, que reúne ações de quase 9.800 empresas ao redor do mundo, incluindo grandes corporações brasileiras e internacionais”, explica Paranhos. Outra alternativa é o fundo IVVB11, que investe nas 500 maiores empresas dos Estados Unidos. Ambas as opções permitem diversificação ampla a um custo relativamente baixo.
Mesmo com essas facilidades, investir no exterior envolve riscos. O consultor explica que os principais desafios incluem a volatilidade do câmbio e o risco de conversibilidade, ou seja, a possibilidade de restrições para enviar ou repatriar dinheiro do exterior. “Hoje, esse risco no Brasil é pequeno, pois o fluxo cambial é livre. Mas, antes de 1998, existiam restrições, e sempre há a possibilidade de mudanças futuras”, alerta.
Sobre o valor mínimo para diversificação internacional, Otávio afirma que não é preciso grandes quantias para começar. “Para investir por corretoras no Brasil, com menos de R$ 100 já é possível iniciar. Já para corretoras no exterior, o ideal é ter pelo menos R$ 1.000 para começar a aportar” conclui
A diversificação internacional não é apenas uma estratégia para grandes investidores, mas sim um passo fundamental para qualquer pessoa que deseja construir um portfólio mais seguro e rentável no longo prazo. Com planejamento e escolhas estratégicas, investir no exterior pode ser mais acessível do que muitos imaginam.