Exportar para os Estados Unidos é o sonho de muitos empresários brasileiros — mas também um desafio repleto de normas rigorosas, exigências sanitárias, tarifárias e um verdadeiro labirinto logístico. A boa notícia é que, com apoio especializado, pequenos e médios empreendedores têm conseguido não apenas ultrapassar fronteiras, como também conquistar espaço nas prateleiras americanas.
“É um mercado exigente, mas repleto de oportunidades quando se conhece o caminho certo”, afirma Ruben Santana, consultor logístico que tem ajudado diversas empresas brasileiras a entrarem com sucesso no mercado norte-americano.
Da Amazônia para os EUA: a força da logística inteligente
Formado em Logística Empresarial, Ruben iniciou sua trajetória na indústria farmacêutica, onde lidou com desafios extremos, como cheias e secas que dificultavam o transporte em regiões remotas no norte do Brasil. A expertise em coordenar envios para os 62 municípios do Amazonas tornou-se sua marca.
Na gestão logística da empresa de tintas Nobel, aplicou com eficiência esse conhecimento. “Tínhamos que pensar em tudo: reserva de contêineres, transporte fluvial, armazenamento, licenças…”, relembra.
Consultoria estratégica e redução de custos
Desde 2023 nos Estados Unidos, Ruben enfrentou e superou diversos obstáculos para importar o açaí Anauê, do Amazonas. O processo exigiu conhecimento aprofundado das normas da FDA (Food and Drug Administration), que regulam a segurança, qualidade e rotulagem de todos os alimentos importados para os EUA.
Ruben assegurou o registro das instalações brasileiras junto à FDA, além da conformidade das embalagens e tabelas nutricionais.
“Encontramos a melhor rota, o ponto de distribuição ideal e reduzimos custos optando por Jacksonville, que possui tarifas mais acessíveis que Miami”, explica. Ele também coordenou toda a documentação e o acompanhamento com despachantes locais. “Nada pode ser deixado ao acaso”, afirma.
Negócios que cruzam fronteiras
O mercado americano tem se mostrado cada vez mais receptivo a produtos regionais brasileiros, especialmente aqueles com apelo nutricional e sustentável — como polpas de frutas tropicais ricas em vitamina C e outros nutrientes essenciais. Além de atender à demanda por alimentos saudáveis, essa abertura impulsiona a economia de pequenos produtores no Norte do Brasil e contribui para a preservação da floresta amazônica.
Ruben desvendou os desafios burocráticos e logísticos para trazer produtos como o açaí Anauê, além de viabilizar a entrada e distribuição de itens de outras empresas brasileiras: Sorvete Manaus (açaí), Unifrute (abacaxi in natura), Condumax e INCESA (cabos e conectores elétricos).
Outro destaque é a fibra do Curauá — planta amazônica da família do abacaxi — apontada como alternativa biodegradável ao plástico nas indústrias têxtil e automotiva.
“A fibra do curauá tem despertado grande interesse de empresas americanas preocupadas com sustentabilidade”, diz Ruben.
O cultivo é liderado pelo empresário Claudimar, o único com plantação ativa da espécie na região Norte, em um projeto com apoio da Embrapa e dos governos estadual e federal.
O caminho das pedras para exportar
Exportar exige conhecimento profundo das exigências sanitárias, documentações, tarifas e liberação alfandegária, especialmente no setor de alimentos congelados. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o país oferece acordos de livre comércio que podem reduzir ou eliminar tarifas para parceiros qualificados.
Mas o processo exige atenção a cada detalhe. “Uma warehouse inadequada ou a ausência de licenças pode colocar tudo a perder”, alerta Ruben. Até pequenos erros em formulários podem inviabilizar a entrada do produto.
Sonho americano com estratégia brasileira
A experiência de Ruben Santana mostra que o sucesso na exportação não depende apenas da qualidade do produto, mas de planejamento logístico eficiente e conhecimento técnico das normas americanas.
“Com a estratégia certa, o empresário brasileiro pode competir de igual para igual com qualquer empresa no mundo”, conclui.
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