O Comitê de Política Monetária (Copom) tem sinalizado novas elevações na taxa Selic, elevando os juros básicos de 13,25% para 14,25% ao ano, como apontam as recentes notícias. Essa tendência, embora necessária para controlar a inflação, gera um impacto significativo em diversos setores da economia, e o mercado imobiliário é um dos mais sensíveis a essas mudanças.
Diante desse cenário, surge a questão: como a alta da Selic afetará o poder de compra dos consumidores, os investimentos em imóveis e o mercado de aluguel?
O Índice FipeZap, principal termômetro do setor, já aponta um aumento de 12,92% nos preços dos aluguéis nos últimos 12 meses, mais do que o dobro da inflação oficial (IPCA). Em São Paulo, por exemplo, o valor médio do aluguel por metro quadrado já ultrapassa R$ 59, com bairros como Itaim Bibi e Pinheiros apresentando valores ainda mais elevados.
Segundo Julio Viana, especialista no mercado imobiliário, o novo aumento da Selic deve reforçar essa tendência, afetando principalmente a classe média, que depende fortemente de financiamentos para aquisição da casa própria.
“A Selic em patamares elevados encarece o crédito imobiliário, afastando compradores e aquecendo ainda mais o mercado de locação. Isso desequilibra a oferta e a demanda, pressionando os preços dos aluguéis”, explica Julio. Para ele, as políticas públicas precisarão se adaptar a esse cenário. “O aluguel se tornará a única alternativa viável para muitas famílias, e será fundamental criar incentivos para a construção de moradias destinadas à locação”, completa.
Confira os principais efeitos do aumento da Selic no mercado imobiliário:
- Financiamentos mais caros: a alta dos juros encarece o crédito e desestimula a compra de imóveis;
- Pressão nos aluguéis: com menos pessoas adquirindo imóveis, cresce a demanda por locação e os preços sobem;
- Impacto na classe média: sem acesso facilitado ao crédito e fora de programas sociais, a classe média sente o peso da alta nos aluguéis;
- Imóveis mais rentáveis: para investidores, o cenário se mostra positivo, com aumento da rentabilidade dos imóveis para locação e valorização patrimonial.