Em 15 de março de 1990, Fernando Collor de Mello tomou posse como presidente do Brasil e, no dia seguinte, anunciou um dos planos econômicos mais polêmicos da história do país: o Plano Collor. O plano, liderado pela então ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, tinha como objetivo controlar a hiperinflação que assolava o Brasil na época.
A medida mais drástica do plano foi o confisco da poupança e das contas correntes. O governo bloqueou depósitos acima de 50 mil cruzeiros (aproximadamente 1.200 dólares da época), permitindo que os brasileiros retirassem apenas uma quantia limitada por mês. O restante do dinheiro seria devolvido em parcelas ao longo de 18 meses, mas na prática, muitos brasileiros nunca recuperaram integralmente seus valores devido à desvalorização e mudanças subsequentes no plano.
O confisco gerou uma enorme revolta popular, prejudicando empresários, trabalhadores e aposentados que dependiam de suas economias. A economia brasileira sofreu ainda mais com a recessão gerada pelo plano. O descontentamento com a gestão Collor culminou em seu impeachment em 1992, após denúncias de corrupção.
O Plano Collor é lembrado até hoje como um dos momentos mais traumáticos da economia brasileira, e a desconfiança na estabilidade financeira do país persistiu por muitos anos.