Acaba de ser disponibilizado em todas as plataformas digitais o álbum “Alma de Gato”. O primeiro disco da dupla formada pelos experientes musicistas Zé Motta e Carlos Chaves teve como impulso inicial o lançamento da faixa “Minha Irmã e eu”, uma parceria da dupla com o letrista Moyseis Marques, com a participação da cantora Mônica Salmaso.
O disco “Alma de Gato”, foi concebido durante o período da pandemia de Covid-19. Na ocasião, os amigos decidiram ir compondo canções à distância. Esse processo culminou com a criação de uma série de faixas que possibilitaram a organização de um álbum, que explora as mais variadas possibilidades desse encontro de dois violonistas. Com uma sonoridade marcada pelo diálogo entre os violões requinto e sete cordas, o disco traz 10 canções da dupla, em parceria com letristas, como André Lacerda, Laís Ferreira, Lucas Bezerra, Moyseis Marques e Renato Frazão. O disco ainda conta com as participações especiais de nomes, como Mônica Salmaso, Guinga, Luisa Lacerda, Maogani, Laura de Castro, João Biano, além dos(as) instrumentistas: Maria Clara Vale, Aline Gonçalves, Vicente Alexim e Mateus Xavier. O disco foi viabilizado a partir de uma campanha virtual, que possibilitou viabilizar parte dos custos de gravação, mixagem e masterização.
Faixa a Faixa “Alma de Gato”, de Zé Motta e Carlos Chaves
1 – Alma de gato
Parceria de Carlos Chaves, Zé Motta e da poeta Laís Ferreira, é a canção que dá nome ao primeiro álbum do duo. Inspirada em um som que Carlos ouvia, e que se assemelhava a um gato, Laís descreve na canção um pouco dos contos e lendas que cercam a ave “Alma de gato”, que vão desde maus presságios até a simplicidade e a beleza do pássaro. Na faixa, o violão requinto de Carlos, a voz e violão de Zé dão vida à essa história.
2 – O grito de Davi
A primeira composição da dupla Carlos Chaves e Zé Motta, tem letra assinada por André Lacerda, e reflete a situação dos povos indígenas, além de todas as questões políticas, sociais e ambientais que os cercam. André foi diretamente impactado pelo livro “A queda do céu”, de Bruce Albert e Davi Kopenawa, e levou para a canção parte das palavras, impressões e reflexões encontradas no livro do Xamã Yanomami. Para interpretar a música, acompanhando a voz de Zé Motta, está o quarteto Maogani, formado por Carlos Chaves, violão requinto, Paulo Aragão, violão de 8 cordas, Diogo Sili, violão de 7 cordas, e Lucas Gralato, violão de 6 cordas, em um arranjo de Carlos Chaves.
3 – Lúcido orientado
Parceria entre Zé Motta, Carlos Chaves e com letra de André Lacerda, “Lúcido orientado” relata a realidade, no ponto de vista de André, de pessoas em situação de rua. Com uma letra que descreve o que seriam os sentimentos, alucinações e as realidades vividas por um personagem que se encontra nessa situação vivenciada por tantos brasileiros. A música conta com a interpretação de Zé, acompanhada do violão requinto de Carlos, e da participação especial de Maria Clara Valle no violoncelo, que traz na sua sonoridade e linhas melódicas a beleza que reveste o drama contado na canção.
4 – Althierado
Dentre as inúmeras referências musicais de Carlos Chaves e Zé Motta, Guinga certamente está entre, se não é, a mais importante. “Althierado” é uma parceria da dupla em homenagem a Carlos Althier, compositor, cantor e instrumentista de suma importância na música do Brasil e do mundo, conhecido por Guinga. A faixa traz a participação do próprio Guinga, que compôs e toca a introdução da música no violão, instrumento que segue tocado por Carlos Chaves, e na voz, dividindo a melodia de “Althierado” com Zé Motta. Uma homenagem do duo, que acaba também sendo homenageado e honrado em dividir a canção com a presença desse grande mestre da música brasileira.
5 – Dia bom
Composição de Zé Motta, Carlos Chaves e Renato Frazão, “Dia bom” foi composta em 2022, último ano da pandemia de COVID-19. Na ocasião, o Brasil passava por uma situação política delicada. Na letra, Renato Frazão, traz a visão e a esperança de dias melhores. Além dos violões de Zé Motta (6 cordas) e Carlos Chaves (requinto) a faixa conta com a participação de Mateus Xavier na percussão e a voz marcante de Laura de Castro.
6 – E avoou meu amor
Parceria entre Carlos Chaves, Zé Motta e André Lacerda, “E avoou meu amor” é uma canção de amor, de despedida, de desencontro. Cantada por Zé e por Luísa Lacerda, que traz uma interpretação e uma voz impecável a faixa, e que é filha de André Lacerda, a música ainda traz a participação de Aline Gonçalves na flauta, que improvisa e dialoga lindamente com os violões 6 cordas (Zé Motta) e requinto (Carlos Chaves).
7 – Choro em cachos
Em 2021, Carlos Chaves se propôs a fazer um “Anuário”, compondo uma música por dia daquele ano. “Choro em cachos” fez parte desse novo repertório, composta de presente de aniversário para Zé Motta, uma homenagem aos seus cabelos encaracolados. A música é a única do disco tocada por um instrumento solo, o violão de 7 cordas tocado por Carlos, e é a única que não é composta por Zé Motta.
8 – Diversa
Composta por Carlos Chaves, Zé Motta e com letra de Renato Frazão, “Diversa” traz na letra a definição de uma figura completa, ou simplesmente diversa, construída em cima dos opostos que nos definem. Uma pessoa feroz e ao mesmo tempo angelical, intrépida e tímida, fugaz e sem fim. Participam da faixa Mateus Xavier na percussão e João Biano na voz, ao lado de Carlos Chaves no Violão de 7 cordas, Zé Motta na voz, violão e berimbaus.
9 – Beira d’água
Música de Zé Motta com letra de Lucas Bezerra, “Beira d’água” é a única canção do disco que não foi composta por Carlos Chaves. A música, cantada por Zé Motta, traz um diálogo intenso entre os violões de Zé (6 cordas) e Carlos (requinto), que revela em sua toada todo o romantismo da letra de Lucas, composta por inúmeras imagens e relatos quase tangíveis de um amor a margem de um rio, ou de um mar: beira d’água.
10 – Minha irmã e eu
Minha Irmã e eu é uma composição de Carlos Chaves e Zé Motta, com letra de Moyseis Marques. Uma homenagem feita por Moyseis ao pai de Zé Motta e Dora Motta, que fez a passagem no ano de 2024. A música ganha vida interpretada pela impecável voz de Mônica Salmaso e por Vicente Alexim no Clarinete, além de Zé Motta no Violão 7 cordas e Carlos Chaves no Violão Requinto. Ao final da canção, Zé e Dora se juntam a voz de Mônica em coro em um refrão que reflete as dúvidas, incertezas e desafios desse novo momento de vida.
Sobre Zé Motta
Músico, formado em Licenciatura em Música pela UniRio, integra desde 2010 o grupo Bloco do Sargento Pimenta como percussionista, regente e um dos coordenadores da oficina de percussão.
Como compositor, assinou a trilha do espetáculo teatral Uma Mulher é uma Mulher (2019), além das trilhas dos espetáculos de vídeo-dança Antes D+ Nada (2020), Fêmea e Resid(u)o (2021).
Em 2023, lançou seu primeiro álbum autoral, Sopro, que contou com participações de nomes como Lenine, Áurea Martins, Claudio Nucci e Ilessi.
Integrou um duo com o também compositor e violonista Carlos Chaves, com quem lança este ano o disco Alma de Gato, e faz parte, como cantor, da Orquestra de Corpo e Som em Vento. Também atua como músico e ator no espetáculo itinerante Proncovô, com direção de Eduardo Moreira (Grupo Galpão) e direção musical de Sérgio Pererê — espetáculo já apresentado em mais de 30 cidades brasileiras e nos festivais internacionais Artes de la Calle e Comfama San Ignacio, na Colômbia.
Ainda no teatro, integra o elenco e assina a direção musical do espetáculo infantil EmbaLHArado!, que, em 2025, fará sua segunda circulação pelos teatros do Sesc Rio de Janeiro.
Sobre Carlos Chaves
Fundou o quarteto de violões Maogani, onde toca até hoje, com o qual gravou sete CDs — que ganharam três vezes o Prêmio da Música Brasileira e o Prêmio Rival-BR como melhor grupo instrumental. Já se apresentaram em diversas cidades do Brasil e em mais de 15 países.
Desde 2007, é um dos cavaquinistas do Monobloco, com quem participou da gravação do DVD Monobloco 10 e do CD Arrastão da Alegria (vencedor do Prêmio da Música Brasileira).
Como compositor, Carlos Chaves transita pelo universo da música popular brasileira, instrumental e cantada. Duas de suas composições venceram festivais de música: Choro de Bela ganhou o Musicanto de Americana-SP (2001) e Tricotando venceu o Festival de Música da Rádio MEC (2017), ambas na categoria Música Instrumental. Em 2018, lançou Tricotando, seu primeiro CD solo, no qual assinou a produção musical, todas as composições e arranjos. O álbum contou com a participação de 40 músicos, com destaque para Pedro Luís, Renato Braz, Cristiano Alves, Maogani e Maurício Carrilho.
Em 2020, criou o projeto Cavaquinho Solo, composto por dois CDs (Cavaquinho Só e Acalantos de um Cavaquinho) e um álbum de partituras inteiramente dedicados ao cavaquinho como instrumento solista. Esse trabalho foi apresentado no Festival En Vivo, em São João del-Rei, e no Festival Memória do Cavaquinho Brasileiro, no Centro da Música Carioca (RJ), em 2022.
Serviço:
Zé Motta e Carlos Chaves lançam o álbum “Alma de Gato”
A partir do dia 05/06 nas plataformas digitais
Link para download das faixas: https://drive.google.com/drive/folders/1xYOz7egvb7NFgz0xCd_wnAEIZylHsJVs?usp=sharing