Obras de arte de Renina Katz e Waldemar Zaidler, expostas na Estação Sé do Metrô de São Paulo; de Mário Fraga, na Estação Anhangabaú, e de Antônio Peticov, na Estação República, passarão por um minucioso processo de restauro, no final de janeiro de 2024, e serão devolvidas à cidade de São Paulo em julho do mesmo ano. A ação faz parte da quarta edição do projeto Conservação de Obras de Arte em Espaços Públicos – iniciativa da InfoArte, produtora cultural de Eduardo Lara, com patrocínio da Bombril.
Com os trabalhos deste ano, a iniciativa completa um conjunto de 80 obras de arte resgatadas e restauradas em locais como Praça da Sé, Avenida Paulista, Parque Ibirapuera e em 14 estações do Metrô de São Paulo. Eduardo Lara, diretor da InfoArte, ressalta que a preservação do patrimônio cultural da cidade valoriza o trabalho de artistas que ajudaram a construir a história da arte no Brasil. “Além de preservar nosso rico patrimônio artístico, o projeto de conservação das obras de arte no Metrô é também uma iniciativa que visa reconectar as pessoas ao espaço público, proporcionando a sensação de pertencimento e estimulando a coletividade. Queremos que todos se sintam verdadeiramente donos desse valioso patrimônio público.”, afirma Eduardo.
A missão do projeto converge com a cultura da Bombril e com o seu papel de grande aliada dos brasileiros para garantir a limpeza e a conservação dos seus lares e de forte apoiadora da cultura brasileira. “A Bombril está presente em quase 100% dos lares brasileiros e é referência quando o assunto é limpeza. Não poderíamos ficar de fora de um projeto tão nobre, quanto o de conservar essas obras de arte, que são parte da nossa história”, conta Gustavo Amaral, diretor de marketing da Bombril.
Obras beneficiadas na quarta edição
Além de prolongar a vida destas obras de arte, o projeto chama a atenção para a existência da arte no dia a dia de pelo menos 4 milhões de pessoas que transitam pelo Metrô de São Paulo diariamente. “Essa ação é um presente que oferecemos à São Paulo”, diz o diretor da Infoarte.
Na quarta edição do projeto, quatro obras localizadas em estações de grande circulação da capital paulista serão beneficiadas.
- Estação Sé – “Sem Título”, 1978, mural de 55 módulos de acrílica sobre concreto, medindo ao todo 33 metros de comprimento, produzido em 1978 pela ilustradora Renina Katz.
- Estação Sé – “Fiesta”, 1986, painel de 10 metros de largura no qual o pintor paulista Waldemar Zaidler retrata duas pessoas em um momento de celebração.
- Estação Anhangabaú – “In Vitro”, 1999-2020, instalação do artista plástico carioca Mário Fraga que reúne 42 vitrais e 18 espelhos coloridos.
- Estação República – “Momento Antropofágico com Oswald de Andrade”, 1990, do pintor e escultor paulista Antonio Peticov, painel de 16 metros que retrata o poeta e ensaísta Oswald de Andrade.
As obras de arte beneficiadas nesta edição passarão por trabalhos como higienização, recuperação de superfícies e cores, retirada de manchas e polimento. Até julho, cada trabalho receberá cuidados específicos, feitos de acordo com o estado de preservação, e ao final do processo também será aplicada uma camada protetora, que prolonga o período de proteção, e facilita limpezas futuras.
A conservação e restauração no Metrô de São Paulo envolve muito planejamento e um forte esquema de logística devido às grandes dimensões das obras, à preocupação de executar os trabalhos em horários que não prejudiquem a circulação dos passageiros e ao cuidado para descartar os resíduos de maneira sustentável.
Sobre Conservação de Obras de Arte em Espaços Públicos na cidade de São Paulo
Idealizado em 2018, pelo produtor Eduardo Lara, diretor da Infoarte, o projeto completa neste ano o resgate de 80 obras de arte de espaços públicos da capital paulista. A iniciativa tem patrocínio da Bombril, apoio do ProAC e da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.
Entre as principais obras de arte conservadas estão Abertura (1970), escultura em aço de Amilcar de Castro; Emblema de São Paulo (1979), de Rubem Valentim, O Voo, de Caciporé Torres e ainda uma obra de extrema importância para a capital: o Marco Zero da cidade, prisma hexagonal revestido de mármore e bronze, idealizado por Jean Gabriel Villin e Américo Neto e instalado no centro geográfico de São Paulo. Esta última, passou duas vezes pelo processo de conservação por conta de um acidente que ocorreu na Praça antes do aniversário de 465 anos de São Paulo, em 2019.
No Parque Trianon, na Avenida Paulista, foram conservadas três emblemáticas esculturas: Fauno (1944), de Victor Brecheret; Anhanguera (1935), de Luís Brizzolara; e Busto de Joaquim Eugenio de Lima (1952), de Roque de Mingo.
O projeto também recuperou em 2019 30 obras do Jardim de Esculturas do MAM São Paulo, no Parque Ibirapuera, um dos principais acervos brasileiros expostos a céu aberto. São monumentos projetados por importantes nomes da cena contemporânea do País, com obras como Aranha (1981), de Emanoel Araújo; Carranca (1978), de Amilcar de Castro; Sete ondas – uma escultura planetária (1995), de Amelia Toledo; Cantoneiras (1975), de Franz Weissmann; e Corrimão (1996), de Ana Maria Tavares.