O velório do consagrado sambista amazonense Paulo Onça acontece nesta terça-feira (27) na quadra da Escola de Samba Vitória Régia, localizada na Rua Emílio Moreira, no bairro Praça 14 de Janeiro, Zona Sul de Manaus. Desde as primeiras horas da manhã, familiares, amigos, admiradores e integrantes do mundo do samba se reúnem para prestar as últimas homenagens a uma das maiores figuras do carnaval manauara.
Paulo Juvêncio de Melo Israel, o Paulo Onça, faleceu aos 63 anos após complicações de saúde decorrentes de uma agressão sofrida em dezembro de 2024. Na ocasião, ele foi brutalmente espancado após um acidente de trânsito, o que o deixou em estado grave e o manteve hospitalizado desde então.
Com mais de quatro décadas dedicadas ao samba, Paulo Onça era uma referência não apenas no Amazonas, mas em todo o Brasil. Autor de mais de 130 composições, ganhou notoriedade nacional ao assinar sambas para escolas cariocas como o Salgueiro e, principalmente, a Grande Rio. Por esta última, destacou-se como um dos compositores dos sambas-enredo “Ivete do Rio ao Rio” (em homenagem à cantora Ivete Sangalo) e “Parintins para o Mundo Ver”, que exaltou a cultura amazônica na Marquês de Sapucaí.
No carnaval de Manaus, além de ser ícone da Escola de Samba Vitória Régia – com a qual conquistou o título de 1990 com o inesquecível enredo “Nem Verde e Nem Rosa” –, Paulo Onça também teve marcante passagem pela Reino Unido da Liberdade, outra tradicional agremiação da capital amazonense. Por onde passou, deixou sua marca com letras criativas, sambas potentes e profundo amor pela arte popular.
A escolha da quadra da Vitória Régia como local do velório foi uma homenagem à sua ligação visceral com a escola e com a comunidade da Praça 14. O espaço, tradicionalmente palco da alegria do carnaval, hoje se transforma em lugar de luto, saudade e celebração de um legado.
O velório é aberto ao público, permitindo que fãs, amigos e admiradores possam se despedir do artista. O sepultamento está previsto para o fim da tarde desta terça-feira, em local a ser confirmado pela família.
A morte de Paulo Onça representa uma perda irreparável para a cultura amazonense e para o samba brasileiro. Seu legado permanecerá vivo nas composições que embalaram carnavais e nas lembranças de todos que foram tocados por sua arte.