Por [Seu Nome], especial para [Nome do Jornal]
Rio de Janeiro – A música brasileira perdeu nesta quinta-feira (1º), uma de suas vozes mais marcantes. Faleceu, aos 84 anos, a cantora Nana Caymmi, internada desde agosto de 2024 na Casa de Saúde São José, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. Durante o período em que esteve internada, Nana sofreu com uma “overdose de opioides” no dia 29 de abril, data em que completou 84 anos, segundo declaração do irmão Danilo Caymmi ao jornal O Globo. Ela também passou por cateterismo e traqueostomia após quadro de arritmia cardíaca. Segundo o hospital, a causa da morte foi disfunção de múltiplos órgãos, decorrente de uma arritmia cardíaca.
O irmão de Nana, o músico Danilo Caymmi, foi quem comunicou a morte à imprensa. Em entrevista, Danilo relatou que os últimos meses foram de muita dor para a família. “Eu comunico o falecimento da minha irmã, Nana Caymmi. Estamos, lógico, na família, todos muito chocados e tristes, mas ela também passou nove meses sofrendo em um hospital”, disse.
“O Brasil perde uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o Brasil já viu, de sentimento, de tudo. Nós estamos, realmente, todos muito tristes, mas ela terminou nove meses de sofrimento intenso dentro de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital”, acrescentou o irmão, em um vídeo publicado no Instagram.
Dinahir Tostes Caymmi, conhecida artisticamente como Nana Caymmi, nasceu em 29 de abril de 1941 no Rio de Janeiro. Filha do lendário compositor baiano Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, Nana carregava em seu sangue a musicalidade que marcaria toda a sua trajetória artística.
Com uma carreira que começou na década de 1960, Nana se destacou por sua voz grave, densa e carregada de emoção. Ao longo dos anos, consolidou-se como uma das maiores intérpretes da música popular brasileira, com sucessos que atravessaram gerações. Entre seus trabalhos mais aclamados estão os álbuns Bolero (1993), Resposta ao Tempo (1998) e Nana, Tom, Vinícius (2020), este último indicado ao Grammy Latino.
A artista também foi tema do documentário Rio Sonata (2010), dirigido por Georges Gachot, que percorre sua carreira e apresenta sua relação íntima com a cidade do Rio de Janeiro. Nana era conhecida por seu temperamento forte, declarações polêmicas e fidelidade à sua arte, características que a tornaram admirada e, muitas vezes, temida no meio artístico.
Nana Caymmi deixa três filhos: Stella Teresa, Denise Maria e João Gilberto. A filha Denise atuava como sua empresária. João, que morava com a cantora, sofreu um acidente de moto em 1989 e vive com sequelas físicas e neurológicas severas desde então, em entrevista ela explicou que ele age como uma criança e que seria “mãe-avó de um recém-nascido”. A cantora também deixa duas netas.
Fãs e artistas prestaram homenagens nas redes sociais, exaltando o legado de Nana para a cultura brasileira. “Perdemos uma das maiores vozes do Brasil”, escreveu a cantora Maria Bethânia. “Sua interpretação era visceral, profunda, verdadeira”, comentou o músico Gilberto Gil, com o qual a cantora foi casada.
O corpo de Nana Caymmi será velado nesta sexta-feira (2), às 8h30, no Theatro Municipal, no Centro do Rio de Janeiro. O enterro será às 14h no Cemitério São João Batista (RJ).
Com sua voz inconfundível e interpretações que tocaram profundamente o coração de milhões, Nana Caymmi deixa um legado que permanecerá vivo na história da música brasileira.