Espaços culturais de Manaus receberão, neste mês de junho, duas exposições que comemoram a trajetória do artista visual Otoni Mesquita, um dos mais proeminentes criadores de arte do Amazonas. Os eventos acontecem em dois locais diferentes, iniciando no Centro Cultural Palácio da Justiça, a partir de 23 de junho, e no Palacete Provincial, no dia 27 de junho.
Otoni Moreira de Mesquita é um dos principais expoentes da arte contemporânea amazonense, que completa 70 anos de idade no dia 27 de junho. Em comemoração a esta data, foi criada a exposição “Otoni das 70 Mesquitas”, que busca mostrar a essência do trabalho do artista ao longo do tempo.
“A relevância dessa exposição para mim é muito grande porque, ao completar 70 anos, eu faço uma reflexão sobre a coisa que eu mais fiz na minha vida, que foi a arte”, declara Otoni, que afirma desejar que as exposições alcancem as gerações mais novas com seu trabalho.
A primeira parte do ciclo de exposições, intitulada “Retrospectiva Otoni Mesquita”, ocorreu no Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas. Durante esta mostra, o artista expôs três fases de sua produção.
“Formação” nomeia a segunda etapa deste ciclo. Nessa mostra, organizada no Centro Cultural Palácio da Justiça, com inauguração no dia 23 de junho, às 18h, serão expostos desenhos de observação, desenhos anatômicos, além de desenhos que compuseram algumas exposições individuais e coletivas durante o início da década de 1980.
A terceira e última parte deste ciclo de exposições acontecerá no Palacete Provincial e no Centro Cultural Palácio da Justiça, é intitulada “Fase Experimental”. Nessa parte da mostra, tradição e experimentação entram em equilíbrio, pois o artista usa técnicas tradicionais em suportes experimentais.
As obras dessa última etapa carregam os símbolos e arquétipos do projeto poético do artista e evidenciam a fase de consolidação do seu estilo particular, caracterizado por: paleta de cores em tons terrosos, criação de cidades imaginárias, concepção de uma escrita fictícia, materialização dos seres bípedes zoomorfos e a recriação de sacerdotisas mães do mundo.
Embora façam parte de um universo particular, as produções do artista possuem como objetivo expressar um amplo contexto social, cultural e político. A partir delas, Otoni externa suas discussões sobre a ocupação e exploração da Amazônia. Além disso, a utilização de diferentes materiais e técnicas entra pretende externar as discussões e tendências nascidas durante a década de 1980, entre elas a Transvanguarda, Geração 80 e o Neoexpressionismo.