Há uma semana, quando os rumores de que o ex-vereador Caio André seria o novo secretário da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC), vários artistas começaram a manifestar-se contra. A pasta, até então, era dirigida pelo Cândido Jeremias, um trabalhador que começou carreira na SEC como estagiário e passou por várias áreas técnicas do Teatro Amazonas, até ser convidado pelo ex-secretário Marcos Apolo para assumir a como subsecretário.
É notório que desde que a pasta da SEC passou a existir, ainda no governo do Amazonino Mendes, em meados da década de 90, ela foi gerida por artistas, como o caso do ex-secretário Robério Braga, que é um pesquisador, escritor e presidente da Academia Amazonense de Letras, depois o artista Denilson Novo (músico), Marcos Apolo (eterno palhaço Pirulito do Trio Os Birutas, além de produtor cultural) e Cândido Jeremias.
O governador Wilson Lima (UB) bateu o martelo e emitiu, inclusive, uma NOTA À IMPRENSA hoje (04) circulou com os novos secretários do Governo do Amazonas .
Um grupo de artistas fizeram manifestações em suas Redes Sociais e também na sede da SEC, no Palácio Rio Negro, localizado na Av 7 de Setembro, Centro.
Estes encaminharam a seguinte nota ao portal Sugestão de Pauta.
NOTA
A mobilização coletiva dos trabalhadores da cultura do Amazonas tem buscado, ao longo da última semana, acompanhar a nova composição do cargo de titular da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC). O setor representa um importante ativo no desenvolvimento social e econômico do Estado, gerando emprego, renda e perspectiva profissional para inúmeros cidadãos amazonenses.
Além de representar também a expressão, memória e identidade do maior Estado em território do país. O Brasil e o mundo podem conhecer melhor o Amazonas através das artes plásticas, audiovisual, dança, escultura, fotografia, literatura, música, pintura, teatro, entre outros segmentos que configuram geração após geração o que se entende como cultura amazonense.
A importância da pasta move manifestações diversas que pedem por profissionalismo por parte do Governo do Estado na escolha do próximo titular da SEC. A possibilidade do ex-vereador Caio André, que atuou também como presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM) assumir a secretaria gerou o movimento multissetorial que se organiza e ganha o apoio da opinião pública conforme se espalha.
O advogado cotado para a assumir a instituição possui proeminente relação política com o governador do Estado, Wilson Lima (UB). No entanto, nas últimas eleições não obteve a votação necessária para continuar no cargo de vereador da capital amazonense, faltando 62 votos para vencer a disputa. A possibilidade de sua nomeação para a pasta evidencia uma estratégia política interna, visto que o ex-parlamentar não possui relação com a cultura amazonense, atuando anteriormente com o setor esportivo.
Caio André também não possui destaque algum em sua atuação quanto à transparência pública, valor essencial para atuação de um cargo representativo. No radar da transparência pública sua atuação é classificada como “inexistente”. E também acumula casos como funcionários fantasmas e mau uso em relação à destinação de emendas durante sua gestão na CMM.
A comunidade artística do Amazonas, com 62 municípios, cada um com suas particularidades e necessidades, aguarda diálogo. Na capital amazonense foi entregue um requerimento na sede do Governo do Estado, protocolando o pedido de diálogo para que a representatividade prevista em seja garantida, direito este previsto em constituição.
O temor quanto ao cenário é sentido pelos trabalhadores desde meados do mês de março, há incerteza quanto ao período de carnaval, a ser realizado em março. O atual secretário, Cândido Jeremias, considerado como um gestor técnico, também é uma grande perda para a pasta caso seja confirmada sua saída da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. E, com isso, o tom do movimento reforça também o pedido “Fora Wilson”, como no vídeo postado pela atriz e apresentadora Norma Araújo em suas redes sociais.