Ao lado de Sophie Charlotte e Daniel Oliveira, a atriz amazonense Peta Catão estrela o filme Rio do Desejo, que está em exibição nos cinemas amazonenses. A obra é baseada no livro “O Adeus da Comandante”, de Milton Hatoum, e tem direção de Sérgio Machado.
A história relata a vida a dois do casal Anaíra (Sophie Charlotte) e Dalberto (Daniel Oliveira), um ex-policial que agora é comandante de um barco. Uma inesperada viagem a Iquitos, no Peru, estremece a relação e a mulher vai morar com os cunhados Dalmo (Rômulo Braga) e Armando (Gabriel Leone), que se veem atraídos pela jovem.
“O meu personagem é a ‘Dona Dalva’, que trabalha há anos como cuidadora da casa desde que os irmãos eram pequenos e a mãe foi embora. Como eles ficam só, ela tem pena de abandoná-los, a relação é de muito carinho e de conexão, por isso, fica lá por muito tempo”, explica a atriz amazonense.
Fazer parte da família não ficou apenas na frente das câmeras. Peta Catão conta que os atores a tratavam bem e com muito respeito. O clima familiar colaborou para que a experiência se tornasse ainda melhor e mais diferenciada.
“Eles brincavam comigo, tanto que tem uma cena que gostei muito porque foi inesperada. Ninguém tinha se preparado para essa cena. Quando Dalberto chega de viagem, eu estava esperando lá de cima (da casa). O Daniel de Oliveira chegou, me abraçou e me rodou”, conta Peta Catão.
A oportunidade surgiu após um incentivo da sobrinha, produtora de cinema e atriz, Bita Catão, para que Peta fizesse o teste. Ao ler a história e se identificar com a personagem, a atriz decidiu arriscar e vivenciar uma experiência única sob a direção de Sérgio Machado.
“A Bita disse que estavam selecionando pessoas para fazer um papel. Quando ela trouxe o roteiro eu me apaixonei pela personagem porque dentro da história tem um pouquinho da minha e eu gosto de desafio. Foi uma experiência única fazer um teste com o diretor do filme do porte do Sérgio Machado, nunca imaginei. Eu aprendi muita coisa. Ele redescobriu algo que está em mim e eu não sabia”, conta Peta.
Além de ter incentivado a tia a fazer o teste, Bita também usou sua experiência, tanto na frente das câmeras como de bastidores, no preparo de Peta para atuação e isso facilitou o trabalho, segundo o diretor do filme, Sérgio Machado.
“Foi fundamental para a boa performance da Peta ter uma atriz experiente como a Bita, que conseguiu nos ajudar na preparação dela e também contribuiu na produção, inclusive falando sobre os costumes do Norte e dando dicas de diálogos. A Peta é uma pessoa realmente extraordinária, foi um prazer e uma honra trabalhar com ela”, elogiou o diretor.
Conquista na 3ª idade
Aos 75 anos e com destaque nacional, Peta revela que foi o trabalho mais desafiador da sua carreira.
“Para mim foi muito desafiador e prazeroso, eu me esforcei o bastante. A gente vê na televisão uma coisa, mas por trás das câmeras é outra. Foi uma preparação difícil principalmente porque tinha que falar na língua indígena, eu sou descendente de indígena, mas não é minha língua fluente. Fui muito ajudada por todos, atores e diretor”, disse.
Com o trabalho, Peta espera poder incentivar mais atrizes, independente da idade ou experiência, a correrem atrás dos seus sonhos.
“Representar o Amazonas é uma responsabilidade muito grande, mas espero ter alcançado a expectativa do público. Mas fico feliz de ter tido essa oportunidade e dar visibilidade para os talentos que nós temos na nossa terra. E espero que mais artistas possam ser valorizados”, disse.