Em junho, o “Cabaré Chinelo”, espetáculo do Ateliê 23 que é um fenômeno do teatro amazonense, está de volta ao Teatro Gebes Medeiros (Avenida Eduardo Ribeiro, 937, Centro), para uma curta temporada. As apresentações iniciam neste fim de semana, com sessão na sexta-feira (14/06) e no sábado (15/06), às 20h. A classificação é de 18 anos.
Com tradição de ingressos esgotados desde a estreia, em diversas cidades do Brasil, a peça já está com 70% dos bilhetes vendidos. A entrada inteira custa R$ 50 e meia-entrada disponível por R$ 25, no site Shop dos Ingressos (shopingressos.com.br) e no Instagram (@atelie23).
Segundo Eric Lima, que divide o comando da companhia com Taciano Soares e vive a personagem Diabo, nos dias de espetáculo, a venda de ingressos inicia com uma hora de antecedência, por ordem de chegada, na bilheteria do teatro que tem capacidade para 150 pessoas. Ele alerta ter atenção ao horário da peça, porque a tolerância de entrada na plateia é de dez minutos e a apresentação começa pontualmente.
“Percebemos que, neste ano, o ‘Cabaré Chinelo’ tem levado um público novo ao teatro e um número significativo que assiste ao espetáculo pela primeira vez. Sempre fazemos essa pergunta no fim das apresentações e a quantidade de pessoas que levanta a mão é sempre muito grande”, comenta Eric Lima.
Novas apresentações
Para este mês, conforme Eric Lima, estão programadas quatro apresentações.
“É importante que as pessoas saibam que é curta temporada e devemos voltar somente mais duas vezes no próximo semestre, mas não temos as datas até o final do ano”, reforça o artista. “O público pode acompanhar a programação em @atelie23 no Instagram”.
O ator conta que a produção tem atualizações dramatúrgicas, com detalhes que potencializam momentos em cena.
“Continuamos a trabalhar na dramaturgia, a partir da nossa participação em festivais nos últimos dois anos, para trazer a verdadeira história de Manaus, a face desconhecida da Belle Époque que conta a história de mulheres que sofreram no sistema da prostituição”, afirma Eric Lima.
“Cabaré Chinelo” narra a trajetória de Mulata, Balbina, Antonieta, Soulanger, Laura, Joana, Luiza, Felícia, Enedina, Sarah, Emiliana e Maria, entre 1900 e 1920. A plateia pode acompanhar quatro momentos da peça por meio de recortes de jornais, no material presente no programa do espetáculo e disponível em QR Code.
A versão 2024 da obra inspirada na pesquisa de Narciso Freitas está repaginada, com figurino assinado por Eric Lima, com assistência de Andira Angeli e apoio de Sarah Margarido.
Trilha sonora
Fora do teatro, o “Cabaré Chinelo” é sucesso também nas plataformas digitais. De acordo com Eric Lima, o álbum, lançado em abril, tem mais de dois mil ouvintes mensais, em diferentes streamings de áudio.
“Quatro faixas do álbum entraram na playlist viral Manaus, que foi ‘La Muerte’, ‘Somos o Cabaré’, ‘Gaita de Gaivota’ e ‘Lobas’”, aponta o diretor musical do espetáculo em parceria com Guilherme Bonates. “A música ‘Eu Sou a Maior’, da personagem Balbina, entrou em mais de mil playlysts desde o lançamento”.
O repertório tem 12 músicas, entre elas “Soulanger”, “Maria É Gente”, “Prazer, Luiza”, “Moço”, “Bom Amigo”, “Tatá”, “Descanse” e “Grito de Conceição”.
“É o nosso primeiro álbum, não lançamos nem single. É fruto de muito trabalho, de muitos artistas incríveis”, declara Eric Lima.
Fenômeno
O Ateliê 23 foi indicado ao 34° Prêmio Shell de Teatro, com o espetáculo “Cabaré Chinelo”, na categoria “Energia que Vem da Gente”, que premia iniciativas relacionadas ao universo teatral com impacto social positivo.
O grupo também conquistou o 22º Prêmio Cenym de Teatro Nacional, da Academia de Artes no Teatro do Brasil, com o espetáculo “Cabaré Chinelo”, em duas categorias, entre elas “Melhor Companhia”. A peça foi indicada ainda como “Melhor Elenco” nesta edição.
No 17º Festival de Teatro da Amazônia, o “Cabaré Chinelo” conquistou prêmios de “Melhor Espetáculo” e “Direção”. A peça foi indicada nas categorias “Melhor Atriz”, “Melhor Ator” e “Trilha Sonora”.
O projeto, em parceria com a companhia de teatro argentina García Sathicq, tem apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), além da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Fondo de Ayudas para las Artes Escénicas Iberoamericanas – IBERESCENA.
FOTOS: Rudá Marques