Em maio, o estado vai sediar o primeiro Congresso Internacional de Teatro do Amazonas (Cita), com o tema “Pedagogias, Saberes e Decolonialidades”. O evento, organizado pelo Curso de Teatro da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), tem programação entre os dias 9 e 20 deste mês, na capital e em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), com mesas de debate, palestras e apresentações.
Entre os convidados confirmados estão Josette Féral, da França; Ashley Lucas, dos Estados Unidos; Jorge Dubatti e Jazmín García Sathicq, da Argentina; Carla Marcelino, do Equador; além de Denis Bezerra, do Pará; Vicente Concilio, de Santa Catarina; Juliano Casimiro, de Tocantins; Maria Lúcia Pupo e Kleber Lourenço, de São Paulo; Isadora Ravena, do Ceará; Humberto Sueyoshi, do Acre; Janilce Rodrigues, do Distrito Federal; e Mônica Santana, da Bahia. O Amazonas vai ser representado por nomes como Ítalo Rui, Dinne Queiroz, Thais Vasconcelos, Cleber Ferreira, Márcio Braz, Diogo Ramon, Clarinda Ramos, Denni Sales, França Viana, Daniely Lima e Fábio Moura.
“O critério para escolha dos convidados é de representatividade, no sentido de ter pessoas de todas as regiões do País, associações como Abrace, Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-graduação em Artes Cênicas, que é representado pelo Denis Bezerra, e a FAEB, Federação de Artes Educadores do Brasil, com o Juliano Casimiro, artistas e pesquisadores racializados e LGBT”, define Vanja Poty, coordenadora do Curso de Teatro da UEA. “É um congresso diverso e a programação extensa contempla muitas potências”.
Vanja adianta que o Cita celebra 13 anos do Curso de Teatro da UEA e, a partir do encontro acadêmico, a universidade quer propor a abertura do curso modular de teatro em Parintins.
“Também estamos trabalhando para firmar um convênio bilateral com o Equador, entre as universidades dos dois países”, comenta a coordenadora.
Pesquisa – Segundo Taciano Soares, que está à frente da programação acadêmica e de Parintins, destaca que o Cita inaugura um momento importante, de colocar Manaus dentro do circuito de discussão da pesquisa em Artes, sobretudo em Teatro.
“Sabemos que o fato de estarmos distantes geograficamente reverbera em dificuldades de aproximar fazedores de cultura, pesquisadores, artistas, docentes e discentes brasileiros e de outros lugares do mundo”, pontua o professor. “O Cita é um esforço coletivo do curso de Teatro da UEA para diminuir essa fronteira, trazer e emancipar algumas discussões sobre o teatro feito na academia, a partir da academia e com a academia”.
Parcerias – Francis Madson, responsável pela programação artística, reforça que o evento vem para construir espaços de troca, de vivência sobre a produção científica e artística do que tem sido apresentado no Amazonas, na região Norte, mas também no Brasil e na América Latina.
“É um congresso com objetivo decolonial, ou seja, pensar em outras fronteiras do conhecimento, outras articulações. Por isso a importância da presença de países como Equador e Argentina conosco, com produção científica e artística”, destaca o artista. “É bem emblemático e vem para compor uma agenda muito interessante e singular que Manaus já tem quanto às Artes Cênicas”.
O Cita é organizado pelos coletivos artísticos Nupramta, Ateliê 23 e Soufflé de Bodó Company e tem apoio do Governo do Amazonas, por meio da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
FOTOS: Hamyle Nobre (“Alice Músculo + 2”, da Soufflé de Bodó Company, e “Cabaré Chinelo”, do Ateliê 23, vão ser apresentados durante a programação do Cita)