Nos últimos anos, notamos que os avanços tecnológicos transformaram a maneira como as empresas recrutam e gerenciam talentos. Nesse contexto, as HR Techs, empresas de tecnologia voltadas para recursos humanos, desempenham um papel crucial. Uma pesquisa da Kantar, realizada em fevereiro deste ano com mais de um milhão de pessoas, mostrou que 79% das pessoas afirmam ser importante ou muito importante escolher e considerar um site de empregos no momento de se candidatar para uma vaga. No entanto, com a grande aderência da população a esses portais, que cadastram as habilidades e trajetórias dos candidatos nas próprias plataformas, muitos se questionam: ainda é necessário possuir um currículo?
Para Ana Paula Prado, CEO do Infojobs, embora as HR Techs utilizem algoritmos e análises de dados para automatizar partes do processo de recrutamento, a avaliação de CVs ainda é uma etapa crítica em muitos casos. “Um currículo bem feito pode conter informações contextuais e nuances que não são facilmente identificadas por algoritmos. A própria escolha do formato do documento diz muito sobre um candidato”, explica.
Segundo a especialista, os currículos podem ajudar as HR Techs a fornecer recomendações mais precisas aos seus clientes empresariais. Com base nas informações dos documentos, as empresas podem tomar decisões informadas sobre quem contratar, promover ou desenvolver. Essas decisões impactam diretamente o desempenho e o sucesso das organizações.
Mas como construir um bom currículo nos dias de hoje?
Ana Paula explica que há alguns elementos essenciais que devem compor o material, como dados pessoais, formação acadêmica, experiência profissional, cursos extracurriculares e objetivos profissionais. No entanto, a estética do documento é outro ponto que chama a atenção do recrutador. “Os profissionais não podem, por exemplo, oferecer um conteúdo mal diagramado. Essa estética e apresentação também está sendo avaliada pelo contratante, assim como a ortografia, seja qual área que for.”, explica.
Além do formato de texto, há áreas que permitem ainda mais criatividade, como o envio de conteúdos em imagens, áudios ou vídeos. “Se a sua boa imaginação é uma das habilidades necessárias para uma vaga, que tal construir um material que a evidencie? Para quem trabalha com redes sociais, por exemplo, enviar o currículo em formato de uma publicação de vídeo curto, é uma ideia bastante criativa e serve como portfólio do trabalho”, conta Ana Paula.