A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), em parceria com os escritórios do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Agência da ONU para Refugiados (Acnur), Organização Internacional para as Migrações (OIM) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), deu início, nesta sexta-feira, 24/11, à campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas em Manaus”.
Promovida também com o apoio da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Amazonas (Sejusc) e da organização internacional Aldeias Infantis SOS, a campanha teve sua cerimônia de lançamento realizada na Quadra Poliesportiva da Colônia Antônio Aleixo, localizada no bairro Colônia Antônio Aleixo, na zona Leste.
“Neste dia, a Prefeitura de Manaus articula com agências estaduais e internacionais o início de 21 dias de intensa programação voltada para a prevenção e o combate às diferentes formas de violências sofridas por mulheres em todos os cantos desta cidade”, destacou a subsecretária de Políticas Afirmativas para Mulheres e Direitos Humanos da Semasc, Graça Prola.
“Ao longo desses 21 dias, a Prefeitura se fará presente por toda a cidade trabalhando a proteção social de mulheres que se encontram em diferentes tipos de vulnerabilidade, como trabalhadoras sexuais e mulheres transsexuais, além de, é claro, promover conscientização social em espaços públicos de grande movimentação”, ressaltou a subsecretária, também presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM).
De acordo com a chefe de Escritório do UNFPA em Manaus, Débora Rodrigues, a iniciativa tem como principal objetivo a qualificação e o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a proteção social de mulheres na capital amazonense, dando continuidade ao trabalho de fortalecimento da Rede de Proteção já realizado no município pelas agências da ONU em parceria com a gestão municipal.
“Com a campanha, queremos chamar a atenção para a necessidade de políticas públicas consistentes e para a oferta de serviços contínuos a mulheres sobreviventes da violência, principalmente àquelas que se encontram em áreas periféricas da cidade e que possuem uma demanda ainda mais específica. Levar esse debate e a luta pela garantia de direitos a esses territórios é essencial para todos os envolvidos nesse processo”, explicou.
Sobre a peça “Eu conto”
A programação de abertura dos trabalhos contou ainda com a apresentação do espetáculo teatral “Eu Conto”, atividade desenvolvida pelo UNFPA e capitaneado pela atriz Isabela Catão, com uma agenda de apresentações gratuitas na cidade até o dia 7/12.
O espetáculo retrata, em formato de monólogo, histórias de mulheres amazônidas e, a partir da criação de vínculos diretos e sensíveis com o público, fomenta reflexões sobre práticas e comportamentos que geram violência contra mulheres e meninas, e sobre como enfrentá-los.
Em cena, a atriz traz fragmentos das histórias de seis personagens que se manifestam no sonho de uma mulher. Por meio das visitas geradas pelo seu inconsciente, ela se questiona sobre a sua realidade e a relação com as suas vivências.
“É muito importante trazer a consciência dos fatos que permeiam a vida de nós mulheres em diferentes contextos. Acredito que trazer isso por meio da linguagem teatral é uma forma de levar essa mensagem ainda mais adiante e é por isso que trabalhamos, que lutamos”, afirmou Isabela.
Estudante da escola estadual Manuel Antônio de Souza, uma das instituições convidadas a participar da cerimônia, Cleisla Nascimento, de 15 anos, destacou a importância do evento e do espetáculo para a sua percepção da realidade enquanto mulher.
“É um tema muito pesado e que a peça, em diversos momentos, fez questão de abordar de forma muito impactante para mim. Acho que é muito importante que nós tenhamos noção das coisas que acontecem por aí e que já aconteceram com nossas mães, tias e avós”, concluiu.
O espetáculo “Eu Conto” será apresentado em oito ocasiões, em diferentes espaços públicos do município. Além da cerimônia de abertura, a peça vai circular em Centros de Referência da Assistência Social (Cras), no Centro de Convivência da Família e do Idoso Prefeito José Fernandes, em espaços comunitários, como a Maloca dos Povos Indígenas no Parque das Tribos, e no Teatro Gebes Medeiros. O acesso é gratuito e não exige reserva ou retirada de ingressos.
As datas de exibição seguem abaixo:
25/11 – 14h – Maloca dos Povos Indígenas, no Parque das Tribos – Rua Purus, s/n – Tarumã Açu
28/11 – 9h – CRAS Cidade Nova – Avenida C, 17 – Cidade Nova
29/11 – 9h – Centro de Convivência da Família e do Idoso Prefeito José Fernandes – Rua Barreirinha, 14 – Quadra 45 – São José Operário
30/11 – 14h – Centro Artes Ir. Yolanda Setúbal (com o apoio do Cras Compensa II) – Rua Manaus, 409 – Compensa
1º/12 – 14h – Aldeias Infantis – Rua Profª. Cacilda Pedroso, 600 – Alvorada
6/12 – 19h – Teatro Gebes Medeiros – Avenida Eduardo Ribeiro – Centro
7/12 – 14h – CRAS Betânia – Rua São Lázaro, 26 – Betânia