Os últimos meses de 2022 prometem ser quentes para o setor de bares e restaurantes. Além das festas tradicionais, como Natal e Réveillon, a Copa do Mundo da Fifa neste ano ocorre em uma data diferente, com início em novembro. Um levantamento da Abrasel com 1.709 respostas de empresários do setor em todo o país mostra que este otimismo se traduz em ações reais. Quase metade (44%) disse ter a intenção de contratar funcionários até o fim do ano – sendo que 22% revelaram já ter aumentado o quadro de funcionários em setembro. Outros 46% têm a expectativa de manter o time atual e apenas 10% dizem que irão realizar demissões.
“A demanda por mão de obra no setor da alimentação fora do lar demonstra o aquecimento da economia e o retorno à sociedade dos programas de reparação pelos danos financeiros causados durante a pandemia. Porém a dificuldade de contratar e preencher as vagas que estão abertas é preocupante. O equilíbrio nas contas dos negócios do setor também continua sua progressiva recuperação, agora com praticamente metade dos estabelecimentos operando com lucro no final do mês.”, afirma o presidente da Abrasel no Amazonas, Rodrigo Zamperlini.
Entre os que pretendem contratar, 56% apontam como motivo o aumento de demanda previsto, em função dos eventos. Mas também chama a atenção o número de empresas que busca mais gente para ampliar o negócio com novos produtos/serviços (23,5%) ou para abrir filiais (8,8%). E 17,5% procuram profissionais para recompor o quadro e readequar a empresa à nova configuração de mercado pós-pandemia.
Mas nem todos estão encontrando os profissionais desejados. A quase totalidade (99%) dos entrevistados que pretende contratar disse ter algum grau de dificuldade na seleção. Quanto mais especializado o profissional, mais difícil de encontrar. É o caso de cargos como padeiro e sommelier, apontados como alto grau de dificuldade para contratação por 72% e 71% dos respondentes, respectivamente. Chef de cozinha (62%), gerente (59%) e profissional de TI (39%) também estão em falta no mercado. No entanto, os profissionais mais procurados não são os de maior qualificação. A maior procura é por cargos de auxiliar de cozinha (41,2%), garçom (32,4%) e atendente/cumin (35,3%).
A pesquisa revelou também que a situação econômica dos estabelecimentos está se estabilizando. Depois de aumentos constantes nos últimos meses no número de empresas realizando lucro, o índice se estabilizou em 50%. Também o mesmo número de respondentes disse ter trabalhado em setembro com equilíbrio financeiro (26%) ou com prejuízo (21%), exatamente os mesmos números relativos ao desempenho no mês de agosto. Caiu, no entanto, o número de empresas inadimplentes no regime do Simples: 26% disseram estar com parcelas em atraso. O número é menor do que o apurado em agosto (46%), julho (33%) e junho (29%). Lembrando que 84% das empresas respondentes da pesquisa se encontram enquadradas neste regime fiscal.