O advogado Flávio Guerra, especialista em Direito do Consumidor, do Escritório de Advocacia Guerra Pelo Consumidor, teve clientes que foram vítimas dos golpistas. Ele explica que os criminosos entram em portais de consulta, disponíveis na internet, e acessam dados como o nome da pessoa, do advogado, onde ele atua, detalhes dos processos.
“É dessa forma que eles entram em contato com os clientes, geralmente por meio de mensagens de aplicativo ou de ligação, requerendo pagamento de custas ou pagamento de eventuais despesas para dar continuidade no processo ou conseguir um pagamento esperado”, revela.
Como funciona o esquema?
Os criminosos usam informações pessoais das vítimas para estabelecer uma falsa sensação de confiança e, assim, tirar vantagem financeira delas. O pretexto para essa ação criminosa é a alegação de que é necessário efetuar um pagamento para liberar os supostos valores.
A orientação, do advogado Flávio Guerra, nesses casos, é que a população entre em contato direto com seus advogados de confiança a fim de verificar qualquer informação sobre processos em andamento. “É importante entender que em hipótese alguma devem efetuar qualquer pagamento exigido pelos golpistas”.
Golpe organizado
O advogado pontua que os golpistas passam credibilidade, com mensagens escritas formalmente, o que acaba convencendo as vítimas de que seriam profissionais do direito.
No print das conversas, é possível ver como os suspeitos são bem articulados e chegam a mandar o documento “oficial” com “assinatura do juiz”, totalmente falsificado por eles. Além disso, usam o número da OAB não correspondente do advogado.
“Eles encaminham essas mensagens automáticas informando que o processo está para expedição de alvará. Em seguida, encaminham o contato falso se passando por mim, informando que ele está tratando esses casos pessoalmente no tribunal. Ao entrar em contato com o contato, é encaminhado mais mensagens solicitando pagamento para liberação do alvará”, revela
O advogado Flávio Guerra entrou em contato com o gabinete do Desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Airton Gentil, e o senhor Antonio Barros, informou que há três meses o desembargador vem sendo vítima desses estelionatários, fazendo uso falso da sua assinatura. Mas o juiz já oficiou à presidência do Tribunal e aos órgãos competentes.
OAB
A Ordem dos Advogados do Brasil do Amazonas (OAB-AM) emitiu uma nota nas redes sociais sobre os golpes enfrentados em alguns escritórios de advocacia e orientou “a não fazer nenhum pagamento sem antes entrar em contato com as fontes confiáveis do escritório ou do advogado” e sempre analisar minuciosamente um boleto.