Contrariando expectativas iniciais, o home office — amplamente adotado durante a pandemia de Covid-19 e ainda presente para muitos profissionais — não modificou um hábito que já se consolidava entre os brasileiros: o de se alimentar fora de casa.
A prática tem se tornado comum para muitas famílias no Brasil, conforme apontam dados da Agência de Notícias do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o último levantamento da Pesquisa de Orçamentos Familiares, as refeições fora do lar representam 32,8% das despesas alimentares no orçamento familiar, revelando uma preferência cada vez maior por refeições prontas e pela conveniência oferecida por restaurantes e serviços de delivery.
Com o crescimento das cidades e as dificuldades de mobilidade urbana, o hábito de sair do trabalho para almoçar em casa foi, em muitos casos, substituído pela ida ao restaurante ou pelo pedido de marmitas, refletindo as adaptações da rotina e o desejo por praticidade.
No home office, o indivíduo está em casa. No entanto, o período é dedicado ao trabalho profissional. Não há tempo para planejar e preparar a refeição do dia. Resultado: comer pela vizinhança ou recorrer ao delivery.
Recentemente, o iFood divulgou que os pedidos cresceram no pós-pandemia, de 60 milhões para 70 milhões por mês. Por cliente, o número de pedidos aumentou 30%. Segundo uma matéria da ANR (Associação Nacional de Restaurantes), em 2024, os gastos com alimentação fora de casa no Brasil alcançaram um novo recorde, com consumidores gastando cerca de R$ 61,4 bilhões no segundo trimestre, representando um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O ticket médio subiu 4%, indicando que os clientes estão dispostos a gastar mais quando comem fora.
Neste contexto, aos restaurantes, além de se dedicarem às suas atividades-fim, como caprichar nos pratos e proporcionar um atendimento cortês e ágil, cabe uma outra preocupação: estabelecer uma gestão eficiente de recursos que garanta o funcionamento do negócio. Essa gestão precisa permitir ao empreendedor ter “na ponta do lápis”, controle de todos os indicadores necessários para evitar a falta de estoque ou, por outro lado, o desperdício de alimentos.
“Na ponta do lápis” é força de expressão, lógico. Porque essa gestão minuciosa e assertiva a que me refiro deve justamente abolir o controle manual, para ser realizada com a ajuda de soluções tecnológicas de gestão. Não se trata de capricho ou luxo, trata-se de necessidade. Softwares de gestão especializados em negócios do food service representam um investimento, que se converte em redução de desperdício, custos operacionais melhor controlados, cardápios com preços adequados, qualidade na produção, entre outros milhares de ganhos.
No final das contas, a gestão automatizada impacta nos resultados de todas as frentes. Tanto na prestação do serviço ao cliente, na medida em que a oferta e a qualidade de produtos vão ao encontro do que o consumidor anseia e merece, como na sustentabilidade do negócio.
A precificação correta, um estoque devidamente abastecido – para que nada falte e para que nada sobre – significam satisfação do cliente e viabilidade financeira do empreendimento. Dadas as particularidades e a complexidade dos negócios de food service, não há “ponta do lápis” que garanta esse controle. A tecnologia está aí para nos ajudar, liberando o empreendedor do trabalho operacional para o intelectual, estratégico, e assim expandir seus negócios.
*Por Eduardo Ferreira, CCO da ACOM Sistemas, desenvolvedora de soluções tecnológicas para restaurantes, bares, lanchonetes, cafeterias e similares