O Carnaval brasileiro, uma das maiores festas do mundo, é um espetáculo de cores, ritmos e alegria contagiantes. No entanto, por trás da fantasia e da celebração, há uma realidade que muitas vezes passa despercebida: a questão da segurança dos foliões.
Durante os dias de folia, o país foi palco de uma série de incidentes que expuseram a fragilidade dos protocolos de segurança e organização dos eventos carnavalescos. Em Salvador, no circuito Barra-Ondina, o desabamento da área externa do Camarote 409 trouxe à tona preocupações sobre a estrutura e a capacidade de suporte dos espaços destinados aos foliões. Enquanto isso, os trios elétricos, tradicionais símbolos da festa baiana, não escaparam dos problemas técnicos, como os incidentes no trio de Ivete Sangalo, que quase tombou e teve vazamento na mangueira de gás carbônico, resultando em ferimentos leves em duas pessoas.
No Rio de Janeiro, no emblemático Sambódromo da Sapucaí, a situação não foi diferente: o camarote Lounge Sapucaí foi alvo de críticas após ser flagrado armazenando alimentos de forma imprópria e em um banheiro, evidenciando uma falha grave nos padrões de higiene e segurança alimentar. Esses episódios levantam questões urgentes sobre a fiscalização e a regulamentação dos serviços oferecidos durante o Carnaval.
Além dos problemas nos circuitos oficiais, os blocos de rua enfrentam seus próprios desafios, incluindo o calor intenso que levou dezenas de foliões a procurarem atendimento médico. A falta de estrutura para lidar com condições climáticas adversas revela uma lacuna na preparação e no planejamento dos eventos.
Diante desses acontecimentos, é imperativo que as autoridades, os organizadores e os participantes do Carnaval brasileiro assumam um compromisso conjunto com a segurança. Medidas mais rigorosas de fiscalização, investimentos em infraestrutura e conscientização sobre os riscos são essenciais para garantir que a festa continue sendo uma celebração segura e inesquecível para todos.
É hora de aprender com os erros do passado e trabalhar em conjunto para promover uma cultura de segurança e responsabilidade em todos os aspectos do Carnaval brasileiro. Somente assim poderemos preservar essa tradição tão amada e garantir que as futuras gerações possam desfrutar dessa festa emblemática em toda a sua plenitude.
E que no próximo ano, o nosso Carnaval tenha um fim, mas com a sensação de que foi um evento incrível e aprendeu com os erros do passado.
* por Vanessa Chiarelli – Diretora executiva da Bop Comunicação