O Rio Grande do Sul se encontra novamente sob a fatalidade de fortes chuvas e inundações, em um cenário alarmante que expõe a persistência do El Niño e os impactos crescentes do aquecimento global. Apesar da previsão de chegada do La Niña nos próximos meses, o atual evento climático demonstra a complexa dinâmica das oscilações oceânicas e a necessidade de medidas urgentes para reduzir os efeitos das mudanças climáticas.
De acordo com o biólogo Paulo Jubilut, professor no Aprova Total, a semelhança entre os eventos atuais e os do segundo semestre de 2023 é que ambos foram influenciados pelo El Niño. “As cidades não tiveram tempo de se recuperar dos desastres do último, o que agrava a situação e exige respostas imediatas e eficientes”, aponta.
Segundo Jubilut, uma grande quantidade de ar seco e quente no Centro do Brasil está impedindo a circulação da umidade da Amazônia, direcionando-a para o Sul. Esse bloqueio atmosférico, somado ao El Niño, intensifica as chuvas no Rio Grande do Sul e Uruguai. “A previsão de uma frente fria nesta quinta-feira não é suficiente para romper o bloqueio atmosférico, prolongando a influência do ar úmido e instável no Sul”, reforça. Para Jubilut, a tendência para o fim do El Niño no decorrer de maio, com neutralização do clima até a chegada do La Niña entre junho e julho, oferece um alento temporário.