A Cacau Show anunciou nesta terça, 20, a compra do Grupo Playcenter, marcando sua entrada, de vez, no ramo de entretenimento. O grupo, que ficou conhecido por manter um parque de mesmo nome por 39 anos em São Paulo, hoje administra diversas unidades do Playland dentro de shopping centers por todo o Brasil. O valor da transação não foi divulgado.
O anúncio foi feito em coletiva de imprensa realizada no Playland do Shopping Eldorado, na zona oeste de São Paulo, da qual participaram Alexandre Costa, fundador da Cacau Show, e Marcelo Gutglas, fundador do Grupo Playcenter.
“[Alexandre Costa] é a única pessoa para quem eu venderia a minha empresa. Tenho certeza de que o legado construído com tanto sacrifício por mais de 50 anos terá continuidade com o Alê. Nossa negociação foi rápida com o Alê, que quis, com muito entusiasmo, entrar nesse setor tão fascinante”, disse Marcelo Gutglas.
Alexandre Costa disse que as negociações foram um “encontro de almas”. “Foi um encontro de almas empreendedoras, almas de quem faz, almas de quem acredita nesse País”, declarou. “É quase como se a gente estivesse num altar, numa igreja, em que um promete para o outro ser fiel ao que foi construído, ser fiel ao legado do outro.”
Na prática, a partir de agora, todos os parques passam a tenham mais chocolates, produtos epersonagens da Cacau Show, como as fadas e os Chocomonstros.”Vão ter mais parques como esse em outros shoppings do Brasil”, disse Alê Costa se referindo à unidade do Shopping Eldorado.
Parque outdoor
Inaugurado em 27 de julho de 1973, o Playcenter marcou gerações por 39 anos. O parque de diversões instalado em um terreno de 85 mil m² na Marginal Tietê, na zona oeste de São Paulo, fechou as portas em 2012.
Em 2018, o parque foi reaberto com nova versão, em uma área de 5.000 m² no Shopping Aricanduva, na zona leste de São Paulo, com atrações focadas em crianças de 3 a 14 anos.
O fundador da Cacau Show disse que os planos incluem a construção de um parque outdoor. Sem dar detalhes de localização e se será mantida a marca Playcenter ou se será criado um novo parque, Alê Costa não nega que a inspiração vem dos parques internacionais da Disney e da Universal. “Sonhar não paga imposto. Somos uma empresa que sonha muito e se inspira muito.” Marcelo, por seu lado, disse que pode contribuir com o projeto.
A empresa, que tem hoje 22 mil colaboradores, passa agora a contar com 22.500, considerando os que vieram do Playcenter.
Sinergia entre chocolate e diversão
“A aquisição do Grupo Playcenter pela Cacau Show é surpreendente, embora quem acompanha a trajetória da Cacau Show de perto já havia se dado conta de que Alê Costa enxerga muitas sinergias entre o chocolate e a diversão. Na sua fábrica em São Paulo e mesmo em alguns shoppings ele já havia operado parques temporários, construídos em torno do tema do chocolate. A ideia parece ser reproduzir a fantástica fábrica de chocolate do filme na vida real”, analisa Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da consultoria Gouvêa Malls.
Ele destaca que a notícia é positiva, especialmente, para os próprios shopping centers. “Os parques do Playcenter podem ganhar novo fôlego, tanto em investimentos quanto em visão de negócio, enriquecendo as opções de entretimento dos centros comerciais brasileiros. Em resumo, Alê Costa parece querer tornar-se de fato o Willie Wonka brasileiro, o que é muito bom para a Cacau Show, para o Playcenter e para os consumidores.”
Texto e fotos: Larissa Féria/MERCADO&CONSUMO