Apesar de serem inofensivas na maioria dos casos, as manchas na pele podem afetar a autoestima e a confiança de quem as possui. Recentemente, uma pesquisa publicada no Journal of the American Academy of Dermatology destacou que uma em cada três pessoas que busca tratamentos dermatológicos o faz por conta de hiperpigmentação.
A hiperpigmentação é uma condição caracterizada por manchas escuras ou descoloração da pele que podem ser desencadeadas por exposição solar excessiva, envelhecimento, alterações hormonais ou inflamação. A hiperpigmentação pós-inflamatória, por exemplo, é uma das principais razões pelas quais pacientes procuram tratamentos dermatológicos, respondendo por até 40% das consultas em clínicas especializadas, conforme o estudo.
Segundo Dra. Fernanda Sanches, farmacêutica bioquímica e especialista em cosmetologia da Cosmobeauty, a formação de manchas é um processo multifatorial que demanda atenção para suas causas antes de definir um tratamento. “As principais causas são os danos causados pelos raios ultravioleta, que estimulam a produção excessiva de melanina, ou por um processo inflamatório, que pode ocorrer após acne, ferimentos ou procedimentos estéticos agressivos. Por isso, o tratamento varia dependendo do caso”, detalha.
Causas das manchas na pele
A especialista explica que a exposição prolongada ao sol é a principal causa das manchas escuras na pele. “As hipercromias, como são chamadas as manchas escuras da pele, surgem mais frequentemente na face, colo, costas e mãos. Na face são chamadas de melasma e no corpo são conhecidas como lentigos solares”, diz.
Além da exposição ao sol, as alterações hormonais, como as que ocorrem na gravidez, podem desencadear melasmas (ou cloasmas, quando ocorrem durante a gestação), um tipo específico de mancha marrom que aparece no rosto. Outro fator significativo, segundo a Dra Fernanda, são as inflamações da pele, que podem ser causadas por acne, eczema ou procedimentos estéticos agressivos que originam as manchas pós-inflamatórias.
Como combatê-las
Combater as manchas envolve uma abordagem multifacetada que inclui prevenção, tratamentos tópicos e, em alguns casos, procedimentos estéticos. No entanto, a prevenção continua sendo a medida mais eficaz. Diversos estudos mostram que o uso diário de protetor solar reduz a formação de manchas e melhora a aparência de manchas existentes.
Para a Dra. Fernanda, usar protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados, é fundamental para reduzir danos e ajudar a prevenir outros problemas de pele. “Além do protetor solar, é aconselhável adotar o uso de produtos com ingredientes clareadores e antioxidantes, como vitamina C, ácido kójico e niacinamida. Esses componentes não só ajudam a uniformizar o tom da pele, mas a proteger contra futuros danos”, aconselha.
Tratamentos avançados
Para manchas mais antigas ou persistentes, tratamentos estéticos avançados podem ser recomendados. Procedimentos como peelings químicos, microdermoabrasão e laser podem promover a renovação celular e uniformizar o tom de pele.
Recentemente, tecnologias a laser têm demonstrado grande eficácia em tratar diferentes tipos de hiperpigmentação com resultados rápidos e duradouros. No entanto, a escolha do tratamento depende da causa e da gravidade das manchas. “É essencial buscar orientação de um profissional qualificado para desenvolver um plano de tratamento personalizado”, recomenda Dra. Fernanda.
Importância do cuidado contínuo
Embora existam muitos métodos para tratar manchas, a consistência e a continuidade dos cuidados são fundamentais. Seguir uma rotina de cuidados com a pele que inclua proteção solar, produtos adequados e, quando necessário, tratamentos estéticos, é a chave para prevenir e combater efetivamente as manchas.
No entanto, é importante lembrar que a hiperpigmentação não tem cura, mas sim tratamentos que visam melhorar a aparência de manchas existentes e prevenir aparecimento de novas. “O sucesso do tratamento consiste em adotar uma abordagem integrada e seguir as orientações dos especialistas, garantindo assim a saúde e a beleza da pele a longo prazo”, finaliza a especialista.