É uma tradição, muitas vezes, com a chegada de um novo ano, colocamos no papel as metas para os novos 12 meses pela frente. A ideia é estabelecer um recomeço e escrevê-las é uma oportunidade de tentar fazer mudanças, alcançar novos objetivos e até corrigir direções. A prática proporciona a sensação de controle por meio de um planejamento em todas as áreas da vida.
Porém, não há nada de errado ou negativo em não ter metas para 2025. Normalmente, há casos em que a pessoa se encontra em processo de autoconhecimento, priorizando a saúde física e mental, dando um descanso entre uma meta e um novo objetivo pessoal e profissional. Não ter metas é uma resposta natural do momento que se vive e é importante não se cobrar por não ter um objetivo claro.
É totalmente válido ter momentos em que a pessoa não se sente pronta para estabelecer metas. Às vezes, é necessário dar um passo para trás e refletir sobre os nossos propósitos de vida, sem tomar decisões.
Além disso, a falta de propósito pode ocorrer já que a vida não é linear. Desacelerar pode ser uma meta, por exemplo. Nem sempre precisamos estar em constante movimento, ou em busca de algo grande. A ausência delas pode ser um convite de um autoaprimoramento, sem as pressões sociais externas.
Fazer a lista de desejos para o próximo ano, culturalmente, é uma prática de auto superação, em que estamos em busca do melhor de nós. Colocar em tópicos ou até se aprofundar naquilo que se deseja, promove expectativa positiva e proporciona maior engajamento pela conquista, motivação e ânimo.
Mas, é preciso cuidado com a própria pressão, cobrança ou medo do fracasso. É preciso determinar metas que sejam compatíveis com as possibilidades de realização, a fim de diminuir o risco de frustração.
Por fim, devemos olhar com carinho para a prática do autoconhecimento, da autocompaixão e de estratégias como meditação e mindfulness, que auxiliam a viver mais o presente e não se perder nas projeções do futuro. É preciso buscar rede de apoio emocional (com profissionais, amigos e famílias), já que a redução da ansiedade ajuda a valorizar cada conquista desse processo em busca de uma conquista maior ao longo dos anos.
*Por Michel Haddad, psiquiatra